Seu Planejamento Financeiro

Expectativa de alta da Selic, onde investir em renda fixa?

Camila Barbosa Garcia, CFP®, responde:

Entender o que é a taxa Selic e como ela pode afetar seus investimentos é muito importante para ter um direcionamento melhor sobre em que investir.

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação e as emissões de compra e venda de títulos públicos federais.

Recentemente, tivemos mais uma alta consecutiva da Selic definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, uma decisão que veio em linha com a sinalização da última reunião. As projeções do relatório Focus do Banco Central apontam que o mercado espera que esse ciclo de alta se mantenha, podendo chegar a 8,25% a.a. até o final de 2021.

Com esse movimento de alta dos juros, os investimentos em renda fixa pós-fixados ganham uma maior atratividade, uma vez que a rentabilidade dos ativos é atrelada a um indexador, como o CDI ou a taxa Selic. CDB, LC e alguns ativos isentos de imposto de renda, como LCI e LCA, são títulos emitidos pelos bancos e são uma opção para quem busca investimentos atrelados ao CDI. Para os investidores que buscam produtos com disponibilidade imediata para compor sua reserva de emergência, os principais ativos para esse objetivo são o tesouro Selic, o CDB com liquidez diária e o fundo DI.

Os títulos indexados à inflação podem ser uma boa alternativa para proteger o capital contra seu efeito ao longo do tempo. O investidor terá o valor investido corrigido normalmente pelo IPCA e mais um cupom de juros, gerando um ganho real no vencimento. Com base no cenário atual, ter um percentual de inflação na carteira é interessante para capturar movimentos de alta como o atual, em que o mercado já projeta IPCA acima de 8% a.a. para o final de 2021. É possível investir nessa classe de ativos, por exemplo, através de CDB, fundo de renda fixa e Tesouro IPCA.

Já os ativos prefixados possuem uma rentabilidade conhecida no momento da aplicação, ou seja, o investidor sabe exatamente quanto vai receber ao final da aplicação. Esses ativos são recomendados para quem busca uma maior previsibilidade.

Por outro lado, esse investimento pode traduzir um risco maior que o dos pós-fixados se os juros subirem acima da taxa contratada e o investidor perder para a inflação. É importante avaliar a taxa de juros real que o investidor está contratando, ou seja, o retorno líquido descontando a inflação. Para essa classe de ativos existem algumas opções, como por exemplo CDB, LC, LCI, LCA e Tesouro Prefixado.

Ao investir em CDB, LCI, LCA e LC, o investidor terá a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada conglomerado financeiro, limitada ao teto de R$ 1 milhão, renovada a cada 4 anos.

Os ativos de renda fixa são recomendados para todos os perfis de investidores. Mas a escolha dos investimentos sempre deve passar por uma análise dos objetivos do investidor. Além disso, é importante diversificar os investimentos para reduzir o risco da carteira e obter maiores rentabilidades, buscando assim diferentes opções de prazos, indexadores e emissores.

É importante ter uma orientação de um especialista financeiro antes de tomar qualquer decisão. 

Camila Barbosa Garcia é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial  Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. 

Texto publicado no site Época Negócios em 05 de outubro de 2021.

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