Consultório Financeiro

Como deficiente visual pode obter informação financeira?

Sou deficiente visual e tenho dificuldade de conseguir informações sobre investimentos e gestão de minhas finanças. Onde posso encontrá-las? Quero me planejar e não sei como e onde buscar informações.

Juliana Rufino, CFP®, responde, com a colaboração de Nico Nascimento:

Caro(a) leitor(a),

Parabéns pela iniciativa e interesse.

Reguladores e autorreguladores do mercado financeiro, como Banco Central (BC), Comissão de Valores Mobiliárias (CVM) e Anbima, buscam promover a educação financeira nacional, disponibilizando informações com acessibilidade para pessoas com deficiência visual.

Sites como Cidadaniafinanceira.bcb.gov.br, Vidaedinheiro.gov.br e Comoinvestir.anbima.com.br possuem conteúdo e recursos tecnológicos apropriados e possibilitam entendimento e compreensão sobre o tema, abordando assuntos como orçamento, conceitos financeiros e investimentos.

O Vidaedinheiro tem uma proposta educativa sobre os temas de planejamento, poupança, investimentos, consumo, crédito, previdência e seguros, dispondo de ferramentas que trazem informação, formação e orientação financeira para quem busca aprender a administrar o próprio dinheiro.

O Comoinvestir, da Anbima, é um portal com uma linguagem descomplicada e navegação intuitiva sobre educação financeira. Os assuntos são abordados através das sessões “planeje”, “entenda”, “escolha” e “acompanhe”, permitindo que o leitor desenvolva certa autonomia sobre o tema finanças pessoais.

Já o Cidadaniafinanceira e o Brasil.gov.br visam ser um canal de informação e serviços úteis do governo para a população. Todos estes sites são fontes de informação sobre finanças pessoais.

Sobre como fazer o seu planejamento, seguem algumas recomendações. O primeiro passo é a observação do seu momento de vida, das suas necessidades e a definição de objetivos. Essa etapa é fundamental para auxiliar em decisões mais conscientes de consumir e poupar.

Comece identificando as suas motivações, desejos de curto, médio e longo prazos, no campo pessoal e profissional, que façam com que o esforço de poupar seja transformado na satisfação de realizar. Transforme isso em projetos e estabeleça prazos para realizá-los.

O segundo passo é buscar ter clareza da sua situação financeira pessoal e/ou familiar. Monte um fluxo de caixa, considerando todas as entradas (contracheque, eventuais bonificações, 13  salário) e despesas. Reveja com frequência, buscando identificar quanto ganha, quanto gasta e quanto pode poupar.

O terceiro passo é estabelecer metas mensais e anuais. Se tem dívidas, trace um plano para liquidá-las. Se não, mensure seus esforços, buscando, se necessário, uma renda extra ou adequação do seu padrão de vida.

Finalmente, com um bom diagnóstico, controle financeiro e metas, estabeleça sua estratégia de investimentos, na qual objetivos, tempo e perfil de investidor devem ser respeitados e são determinantes para decidir onde, quando e como investir.

Para essa estratégia, busque proteção: reserva de emergência (ou colchão de segurança) equivalente a seis meses (no mínimo) da sua necessidade de renda mensal.

Depois, defina como multiplicar o patrimônio, focando em seus projetos de vida e na sua reserva para aposentadoria: projetos de vida (de 1 a 2 anos; de 3 a 4 anos; 5 a 6 anos) e aposentadoria (acima de 6 anos). Ambos são recursos destinados à independência financeira e à manutenção da qualidade de vida.

Respeitando isso, recomendo revisões e adequações no decorrer da vida, além de contínuo aprimoramento sobre o assunto.

Porém, destaco que, mais importante do que ter um bom plano financeiro, é o compromisso em mantê-lo alinhado aos seus objetivos e metas, em suas escolhas ao longo do tempo. Para auxiliar em seu planejamento, recomendo consultar um planejador financeiro pessoal.

Boa sorte!

Juliana Rufino é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected].

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 26 de novembro de 2018

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