Consultório Financeiro

Como escolher um profissional para orientar investimentos?

Sempre fico com um pé atrás quando vou falar com profissionais do mercado financeiro. Não sei se confio, não sei para quem eles respondem, como ganham dinheiro. O que devo levar em consideração quando recebo indicações de investimento de alguém que me atende nesse sentido?

Lívia Sambrana, CFP®, responde:

Quando entramos num assunto desconhecido, o mais importante é saber as regras. Entretanto, o sistema financeiro nacional é regulado, desde as empresas e produtos oferecidos até os profissionais, e todas as regras são informações públicas disponíveis.

Os órgãos normativos criam normas. São eles: Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Previdência Complementar e Conselho Nacional de Seguros Privados. Além disso, existem as entidades supervisoras: Banco Central do Brasil, Superintendência de Seguros Privados e Comissão de Valores Mobiliários.

Além disso, existe quem faz as regras e quem supervisiona as regras, existem os operadores – bancos, corretoras, distribuidoras, seguradoras, bolsas e intermediários. Entre os intermediários estão os profissionais que atendem os investidores individuais, e é aqui que entendemos quem pode fazer o que e como são remunerados.

Conheça diversos tipos de profissionais

O consultor de valores mobiliários é o profissional autorizado a orientar, recomendar e aconselhar investimentos, sendo responsabilidade do investidor a operação (aplicações e resgates). Ou seja, esse profissional pode olhar os produtos de investimentos de todas as corretoras e distribuidoras para uma melhor alocação dos recursos. A remuneração é acordada previamente e pode ser um valor fixo ou um percentual do recurso sob consultoria. Esse profissional é pago pelo investidor.

O agente autônomo de investimentos é o profissional autorizado a prospectar e captar clientes, receber e registrar ordens das negociações (aplicações e resgates) e passar informações de produtos de investimentos. Ou seja, o profissional está ligado a uma corretora ou uma distribuidora, e usa somente os produtos de investimento dessa corretora ou distribuidora. Dessa forma, sua remuneração é parte da receita dos produtos escolhidos pelos investidores, e cada produto de investimento gera uma receita diferente. Esse profissional é pago pela instituição a que está ligado.

Grandes Instituições

As grandes instituições também precisam dos profissionais autorizados para as áreas de investimentos. Ou seja, esses profissionais passam por certificações, atualizações e renovações das certificações para se manter nos seus cargos. A Anbima é a associação que representa, autorregula, informa e educa o mercado financeiro e de capitais. A Anbima emite certificados para os profissionais aprovados nos exames para diferentes níveis de atuação. Além disso, a Planejar é a Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, responsável pela certificação de planejadores financeiros no Brasil, uma certificação internacional da qual um dos pilares é o investimento.

Os profissionais capacitados usam as certificações para se apresentar e é importante consultar as associações para ter certeza de que um profissional pode exercer a função. Além disso, uma vez que as informações são públicas, os sites da CVM, da Anbima e da Planejar são meios de fazer essa consulta.

Lívia Sambrana é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail:[email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. Ou seja, O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 04 de Abril de 2022.

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