Seu Planejamento Financeiro

Como renegociar meu plano de internet e não pagar caro?

Estou em home office e preciso de uma conexão de internet melhor. Como renegociar meu plano e não pagar muito mais por isso?

Rogério Nakata, CFP®, responde:

Quando falamos em redução de custos dentro do contexto do Planejamento Financeiro, é importantíssimo que, antes de tudo, façamos um levantamento da situação financeira atual. A criação de um Orçamento Estimado, com tudo o que realmente é gasto, pode ser uma grande aliada nesse desafio. Entre os itens que podem ser ajustados estão os planos de internet, que podem ser renegociados buscando, além de melhores preços, conexões com mais velocidade.  

Antes de tudo, veja a conta contendo as informações do seu plano e, com os valores do combo contratado em mãos, faça uma avaliação: primeiro se aquilo que você está recebendo, em termos de velocidade de banda larga, está próximo daquilo que foi contratado, o que pode ser facilmente realizado através de sites destinados a essa finalidade. Faça o teste em mais de um horário e, se for o caso, entre em contato com a operadora e peça um desconto, já que o valor combinado está bem abaixo do valor contratado.

Outro aspecto importante seria avaliar a sua real necessidade de possuir mais ou menos banda larga para trabalhar em casa. Por exemplo, se você não tem necessidade de fazer downloads pesados com tanta frequência ou de realizar reuniões utilizando as ferramentas de videoconferência atuais, talvez a sua demanda por velocidade seja menor do que a de uma pessoa que está constantemente baixando vídeos da internet, jogando video game, participando de encontros virtuais e reuniões profissionais para discutir projetos, acompanhando as atividades de uma equipe, assistindo a aulas on-line ou até mesmo dando aulas de sua residência.

Vale a pena também verificar quantas pessoas hoje fazem uso da internet em sua residência, já que antes os membros de uma família utilizavam a conexão em momentos diferentes, porém agora, com este já aceito Novo Normal, o compartilhamento passou a ser de todos ao mesmo tempo.

Atualmente, com uma internet com velocidade de até 4 MB é possível a uma pessoa enviar e receber e-mails, entrar nas redes sociais e ler as notícias com rapidez; com 20 MB é possível fazer downloads com maior velocidade, mas também enviar arquivos mais pesados; 35 MB e acima, podendo chegar a 300 MB, seriam as velocidades mais recomendadas para casos em que se tem vários usuários conectados ao mesmo através de smartphones, tablets, video games, smart TVs e, por que não dizer, até eletrodomésticos mais tecnológicos que demandam também internet.

Para tentar reduzir custos é possível buscar planos de operadoras regionais que satisfaçam tanto em qualidade quanto em preço. Para isso também há sites especializados nesse tipo de auxílio ao consumidor, encontrando opções de banda larga mais compatíveis às suas necessidades e ao seu bolso.

Outra coisa que vale a pena ser verificada é que os planos mais recentes são quase sempre mais baratos do que aqueles que o consumidor já possui há alguns anos e que, por falta de tempo, nunca parou para analisar, sendo que os pacotes atuais podem até mesmo ser mais velozes. Então, vale sempre a pena checar no site da empresa promoções e planos mais atualizados, solicitando se for o caso uma mudança. É importante sempre ressaltar que esses pedidos devem ser realizados pelo próprio consumidor; jamais aguarde que essa iniciativa parta do fornecedor do serviço, que se sente confortável em manter os atuais valores cobrados por equipamentos e tecnologias inferiores, portanto fique atento!

Outra dica importante é que, em vez de continuar mantendo o pagamento de uma assinatura de telefone fixo, pode-se economizar o valor pago ou direcionar seu custo mensal para o melhoramento de sua banda larga. Para isso, recomenda-se negociar a retirada do telefone convencional, mas se desejar mantê-lo ou se, por alguma razão, seu contrato “não permitir” essa exclusão, você pode pagar somente por aquilo que é efetivamente utilizado, ou seja, pelos minutos que são realmente gastos em uma ligação telefônica, levando em conta também que muitas pessoas, atualmente, nem possuem mais um telefone fixo residencial, que foi substituído por um ou mais números de celular. Se nada disso funcionar, com o número de protocolo em mãos abra um chamado na ouvidoria da operadora ou na Anatel, que é o órgão regulador responsável pelo setor.

Por último, a recomendação é que o consumidor faça sempre uma avaliação anual de seu plano e das tecnologias disponíveis no mercado para não pagar mais por aquilo que poderia custar menos.

Rogério Nakata é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Texto publicado no site Época Negócios em 29 de setembro de 2020.

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