Consultório Financeiro

Poupança é a única opção para pequenos valores?

Não consigo poupar muito dinheiro por mês. O que sobra do meu salário, uns R$ 200, vai direto para a caderneta de poupança. Devo buscar outro produto financeiro? Qual?

Filipe Villegas, CFP:

Muitos investidores acreditam que com pequenos valores seria praticamente impossível encontrar bons investimentos. Pelo pouco conhecimento ou até mesmo por falta de tempo para pesquisar alternativas, as “sobras” do orçamento acabam com um destino certo: a caderneta de poupança.

Dentre os fatores positivos de investir na poupança, podemos citar a facilidade para transferência de recursos entre sua conta corrente e a conta poupança, inexistência de custos para esse tipo de transação, alta liquidez, ou seja, facilidade em ter o dinheiro de volta quando precisar, isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoa física e a segurança de uma rentabilidade razoável.

Mas quando devo investir na poupança e quando devo procurar outra alternativa? A resposta para essa pergunta é simples, e se resume a sabermos, antes de tudo, quais são suas metas/objetivos pessoais e seu perfil de investidor.

Se você tem objetivos de curto prazo (até seis meses), a melhor opção sem dúvida alguma, por todas as facilidades e benefícios citados acima, é continuar investindo na poupança.

Agora, se suas metas são para médio ou longo prazo, posso garantir que a poupança não é a melhor opção de investimento, até mesmo para valores pequenos.

Isso é possível porque hoje encontramos, por meio de bancos e distribuidores autorizados de investimento, alternativas para todos os perfis de investidor e com pequenos valores de aplicação, a partir de R$ 30,00.

O mais conhecido deles e também o mais seguro é o Tesouro Direto, no qual o investimento direto pela internet pode ser feito com cerca de R$ 80,00 para compras tradicionais e de R$ 30,00 para aplicações agendadas. Lembrando que para fazer a compra do título público se faz necessário que o investidor tenha cadastro em alguma corretora ou banco. O Tesouro Direto é recomendado para quem é conservador.

O investidor pode optar também, caso seus objetivos forem de curto/médio prazo, pela aplicação em fundos de investimento classificados como referenciados DI, que têm em sua composição títulos do governo federal. Com R$ 50,00 já é possível investir em um produto desse tipo, conseguir uma rentabilidade maior do que a poupança e ter liquidez diária. Apenas fique atento e observe a taxa de administração do fundo, pois, em associação com os descontos do IR, a rentabilidade será inferior à da caderneta de poupança.

Se seu objetivo for de longo prazo, você almeja boa rentabilidade e não tem medo de investir em ações, é possível investir em fundos de investimentos em ações, com aplicações a partir de R$ 100,00. Entre as vantagens, podemos citar a gestão de um profissional qualificado, uma carteira de ações diversificada, facilidade de aplicação e resgate e uma variedade grande de produtos para comparação de desempenho.

Antes de procurar uma solução para seus investimentos, verifique os custos de transação, se houver, taxas de administração e performance, descontos do IR e, no caso de resgate, em quanto tempo ele estaria disponível em sua conta corrente.

Afinal, as alternativas são muitas e as oportunidades são para todos. Não deixe que as facilidades ou o comodismo possam influenciar diretamente no seu futuro e da sua família.

Converse com seu planejador financeiro pessoal. Ele é um profissional qualificado e preparado para levar até você, leitor, soluções de investimento de acordo com as suas necessidades.

Filipe Villegas é Planejador Financeiro Pessoal e possui a Certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para : [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 17 de dezembro de 2012.

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