Seu Planejamento Financeiro

Quais minhas opções para evitar ficar inadimplente?

Tenho um financiamento imobiliário pelo Banco do Brasil há 5 anos, mas nos últimos meses tenho tido dificuldades em pagar as parcelas. Quais minhas opções para evitar ficar inadimplente?

Annik Konradt, CFP®, responde:

Encontrar uma solução para a sua situação não é fácil porque é o financiamento da sua casa própria, e deve ser parte do seu plano de vida.

 A primeira coisa a se fazer, quando se está em uma situação como essa, é se organizar, por isso, é importante saber exatamente quanto de renda você recebe mensalmente, quanto destes recursos estão comprometidos com despesas essenciais como água, eletricidade, alimentação, educação e outras despesas correntes e verificar se o restante de seu orçamento é realmente compatível com as parcelas de seu financiamento.

Às vezes é preciso abrir mão de itens supérfluos, refeições fora de casa, idas a shows, ao cinema ou ao shopping center são apenas alguns exemplos de atividades que geram gastos. Gastos estes que, frequentemente, precisam ser revisados.

 Planejar e colocar em prática um orçamento familiar pode ser bastante complicado se alguns membros não estiverem dispostos a fazer concessões.

Se para um casal tomar essas decisões já é difícil, agora imagine uma família com filhos.

Sugiro a venda de algum bem como um carro ou uma moto. E, caso seja celetista, há a possibilidade de uso do FGTS.

Buscar uma renda extra pode ser uma opção possível para sanar ou diminuir a dificuldade financeira.

Se após as considerações acima não estiver mais conseguindo pagar as parcelas do seu financiamento, deverá entrar em contato com o banco para saber as opções de renegociação. 

Nos financiamentos imobiliários, existem dois tipos de garantia, a hipotecária e a alienação fiduciária, a principal diferença está na maneira de se exigir o cumprimento do contrato de financiamento. 

Na Hipoteca existe uma enorme dificuldade da cobrança da dívida, que exige uma ação judicial de execução, sujeitando o credor a demora do Poder Judiciário Brasileiro, o que torna a recuperação do valor emprestado lenta e difícil. 

Na Alienação Fiduciária esse procedimento é realizado de forma extrajudicial, perante o Cartório de Registro de Imóveis, sendo necessário apenas considerar uma ação ao final do procedimento para a retomada da posse do imóvel.

A renegociação da dívida é uma etapa importante se você pretende renegociar a sua dívida com o banco, pois, somente dessa forma, você saberá exatamente quais são as propostas que caberão no seu bolso durante o acordo. Esta é uma opção geralmente bem aceita, tanto pelos bancos, quanto pelos devedores. 

Com a renegociação das parcelas vencidas e daquelas que ainda não foram pagas, é possível diminuir o valor das mensalidades e, ainda, acabar com o aumento dos juros e das multas, nessa hora é importante demonstrar ao banco que você está disposto a quitar os seus débitos, para isso, exponha detalhadamente como anda a sua situação financeira. 

Dessa forma será mais fácil chegar a algum acordo e verificar quais possibilidades podem se adaptar ao seu orçamento algumas opções são: uma diminuição dos juros, a diminuição no valor das parcelas e o aumento do número de mensalidades ou ainda pagar à vista uma parte destes débitos.

Após analisar seu orçamento, a renegociação da dívida com o banco será mais fácil e você conseguirá solucionar seu problema com a sensação de alívio conquistada. Desejo boa sorte!

Annik Konradt é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site Época ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Texto publicado no site Época Negócios em 15 de outubro de 2019.

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