Artigos Planejar

Qual é o valor ideal de uma reserva de emergência?

Ter uma reserva de emergência é uma importante medida de planejamento financeiro; veja como se planejar para começar a formar a sua.

Silvia Regina Valim CFP®, responde:

Prezado Leitor,

Ter uma reserva de emergência é uma importante medida de planejamento financeiro. O principal motivo para ter uma reserva de emergência é que ela pode suprir as necessidades financeiras de um indivíduo ou de uma família no caso de interrupção da renda, seja por doença, seja por desemprego ou outros imprevistos. Uma reserva de emergência também pode ser útil, por exemplo, para arcar com despesas inesperadas, evitando que seja necessário contrair dívidas.

O dinheiro da reserva de emergência deve ser aplicado em um investimento de baixo risco e boa liquidez. Um exemplo de investimento com essas características é o Tesouro Selic, que é um título público emitido pelo Governo Federal e pode ser comprado pelo Tesouro Direto. Outro exemplo é o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Se escolher este último, para garantir que o investimento tenha baixo risco é importante aplicar o dinheiro em um CDB com liquidez diária emitido por um banco de primeira linha, ou seja, que possui baixo risco de crédito.

Não existe uma regra para o cálculo do montante a ser mantido em uma reserva de emergência. Normalmente, é recomendável de 6 a 12 vezes o valor das suas despesas mensais. Isso porque, no prazo de 6 a 12 meses, a pessoa poderia ter tempo para se recuperar de uma doença ou arranjar um novo emprego, por exemplo. Além disso, existindo recursos emergenciais para suprir suas despesas por pelo menos 6 meses, a pessoa tem tempo hábil de obter recursos provenientes de outros ativos com menor liquidez se necessário.

Como profissional autônomo, você menciona seu receio de ficar doente e não poder trabalhar. É importante ressaltar que, além de ter uma reserva de emergência, é possível tomar outras medidas para garantir sua tranquilidade financeira no caso de imprevistos.

Uma delas é estar em dia com suas contribuições ao INSS, o Instituto Nacional do Seguro Nacional, mantido pelo governo federal. As contribuições são destinadas à manutenção do Regime Geral de Previdência Social, que foi criado justamente com o objetivo de permitir que o trabalhador e seus dependentes continuem a ter renda se ele perder a capacidade de trabalhar. Os segurados do INSS têm direito, entre outros benefícios, ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez.

Outra medida que pode ser tomada para ter recursos adicionais em caso de doença é fazer um seguro de vida e contratar uma cobertura específica para doenças graves. Diferentemente do INSS, que possui limitações de valores, os seguros privados podem ser contratados considerando os valores de cobertura que o segurado deseja ter. Atualmente, existem diversos tipos de seguros no mercado e é importante selecionar criteriosamente um seguro que seja adequado às suas necessidades.

Em seu planejamento financeiro, a combinação de ferramentas como reserva de emergência, previdência e seguros permitirá que você siga com tranquilidade em sua profissão, sabendo que está preparado para os imprevistos que possam surgir.

Silvia Regina Valim é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. 


Texto publicado na Revista Época em 02 de agosto de 2022.

0