Como ETFs podem ser utilizados para capitalizar tendências específicas de mercado?

Gustavo de Oliveira, CFP®, responde:

O que são ETFs?

ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimento negociados em bolsas de valores.

Eles acompanham o desempenho de um índice, setor ou commodities (matérias-primas como a soja, por exemplo) reconhecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Oferecem uma maneira prática de acessar diferentes partes do mercado sem que seja preciso comprar individualmente cada ativo.

Exemplos de ETFs

Podemos investir em ouro sem ter a necessidade de comprar a barra de ouro e cuidar da segurança dela, seja em um cofre ou em um banco.

Comprar criptomoedas e não ficar responsáveis pela custódia, evitando assim perdas de senhas, tokens ou até mesmo ataques cibernéticos.

Investir em RENDA FIXA através da bolsa via ETF.

Sim! Renda fixa na bolsa, e com fatores positivos:

• Diversificação: 1 ETF equivale a 10 papéis diferentes.
• Não possui Tabela Regressiva, como os CDBs tradicionais (Ex: ETF = 15% de alíquota de I.R. em qualquer período de resgate, salvo o ETF LFTS11, que possui alíquota de 25%).
• Não possui come-cotas.
• Apenas nos ETFs de renda fixa a DARF é recolhida na fonte, evitando trabalho ao investidor.
• Liquidez de D+1 (pedindo o resgate, o valor é liberado em 1 dia útil).

ETFs no Brasil

Segundo o relatório anual do JP. Morgan, existem 3.500 ETFs nos EUA, os quais possuem, somados, cerca de 9 trilhões de dólares em ativos. E segundo a ANBIMA, toda a indústria de fundos do Brasil representa 1,643 trilhões de dólares.

No Brasil os ETFs ainda são tímidos: representam 0,49% de todo o capital alocado no país.

Apenas 1 a cada 10 investidores brasileiros investe em ETFs segundo o Boletim de ETFs da B3.

Mas como capitalizar tendências do mercado?

É possível resumir isso em dois tópicos:

• 1. Setores específicos: Durante a covid-19, vimos ETFs ligados a empresas de tecnologia capitalizarem e entregarem excelentes resultados, pois possuíam em seu portfólio empresas como Amazon, Netflix e Zoom (empresas que mais foram utilizadas durante o isolamento social).
• 2. Temas específicos: Através de temas específicos, o investidor consegue adequar seus investimentos com sua filosofia de vida. Por exemplo: ETFs de sustentabilidade social, inteligência artificial, infraestrutura, ESG, governança corporativa, saúde, energia renovável, petróleo, ouro, alumínio, milho, entre vários (lembre-se: só nos EUA existem mais de 3.500 ETFs).

Tivemos novidades recentes no mercado de ETFs!

Em janeiro de 2023, a B3 permitiu listagem de ETFs com pagamento de dividendos mensais. Por ora, temos apenas os ETFs de renda variável com pagamentos mensais.

O investidor que pretende ter uma renda mensal com dividendos de empresas, ao invés de investir em cada papel listado, pode substituir por 1 ETF com menor preço unitário e obter renda passiva.

Os ETFs também são uma opção para o investidor que pretende manter o poder dos juros compostos, pois os rendimentos recebidos pelos ETFs são reinvestidos automaticamente, evitando taxas e corretagens pelo investidor.

Os ETFs tornam-se então uma excelente ferramenta de planejamento financeiro:

• Capitalizar tendências nacionais ou globais;
• Diversificação;
• Gestão de risco;
• Facilidade de acesso;
• Custo efetivo reduzido.

Uma frase para reflexão: John Bogle – fundador da Vanguard e um dos quatro “Investment Giants” do século XX para a Fortune, ao lado de George Soros, Peter Lynch e Warren Buffett.

“Risco, tempo, custo e retorno. Você controla os 3 primeiros, não controla o último”

Gustavo de Oliveira Barbosa Di Buono é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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