Como a diversificação de portfólio de investimentos pode reduzir riscos e potencializar ganhos?
Débora Maria, CFP®, responde:
Caro leitor,
Seu questionamento espelha a famosa metáfora “não coloque todos os ovos na mesma cesta”, pois o risco dessa cesta cair e todos os ovos quebrarem é grande, visto que estão expostos ao mesmo risco. Por essa razão, se faz necessário entender a importância da diversificação do portfólio de investimentos e os possíveis riscos existentes. Diversificar a carteira ajuda a reduzir riscos, equilibrando a alocação dos recursos, o que consequentemente potencializa o retorno dos ativos. Sendo assim, se um investimento não apresentar um bom desempenho, os demais podem neutralizar possíveis perdas. No entanto, não basta simplesmente escolher diversos ativos. É de suma importância elaborar um planejamento estratégico de investimentos para que a distribuição e seleção dos ativos estejam adequadas ao perfil de investidor, à tolerância ao risco e à necessidade de liquidez mediante objetivos estabelecidos na gestão de portfólio.
A correta diversificação aumenta o potencial da carteira, possibilitando oportunidades de ganhos em diferentes mercados e setores, porém não garante proteção contra possíveis perdas ou oscilações de ativos. Ao realizar a diversificação de investimentos, estamos expondo a carteira ao risco não sistêmico do mercado. Significa dizer que estamos vinculando a carteira ao risco específico de uma determinada empresa, ativo ou segmento. No entanto, ainda há o risco generalizado do mercado, que pode ser influenciado por fatores macroeconômicos, políticos ou até mesmo por eventos inesperados que afetem o mercado como um todo.
Diversificar o portfólio de investimentos tende a proporcionar uma performance mais estável do que uma alocação concentrada em ativos limitados. Entretanto, é preciso entender qual a “correlação” desses ativos, se apresentam desempenhos similares ou distintos frente aos fatos econômicos no mercado.
Resumidamente, a correlação dos ativos pode ser negativa, neutra ou positiva. Quanto mais negativa for a correlação dos ativos, melhor será o índice de diversificação, reduzindo a exposição a risco da carteira.
Quando a correlação for neutra, significa que não há relação entre os ativos da carteira; e quando for positiva, significa que os ativos apresentam o mesmo comportamento, o que poderá aumentar o risco da carteira.
Entende-se, portanto, que o principal objetivo da diversificação é reduzir o risco para ajudar o investidor a alcançar os seus objetivos, maximizando o retorno esperado. Para entender se de fato a gestão do portfólio está de acordo com a estratégia planejada, é essencial o monitoramento periódico e, quando necessário, o rebalanceamento desse portfólio, realizando o reajuste das posições para manter o planejamento inicial.
Recomenda-se que o investidor busque orientações de um profissional financeiro de sua confiança para desenvolver uma estratégia de investimentos adequada ao seu perfil e objetivos, evitando realizar a distribuição excessiva de ativos, o que pode limitar o potencial de retorno da carteira e dificultar o processo de monitoramento e rebalanceamento periódico.
Débora Maria de Souza é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Email: [email protected]
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Texto publicado na Revista Época em de 16 novembro de 2023.