Existe um valor mínimo para investir na bolsa de valores?
“Com a queda da bolsa em função da crise, gostaria de começar a investir na Bolsa de valores. Tenho as seguintes dúvidas: Quanto tenho que ter em quantia mínima, Indicação de corretor de confiança para saber em que ações investir, rentabilidade e riscos.”
Roberto Agi, CFP®, responde:
Olá, não há um montante mínimo para investir em bolsa já que há ativos bastante acessíveis, mais importante é conhecer seu perfil de investidor e entender se a alocação em renda variável faz sentido dentro do seu planejamento financeiro.
Alertamos que essa crise que estamos passando nos faz dar ainda mais importância a reserva de emergência que deve estar aplicada em ativos conservadores e de liquidez imediata. Para os recursos com horizonte de longo prazo, principalmente aqueles que têm como objetivo substituir ou complementar sua renda futura, pode-se direcionar parte para ações.
Para quem está começando, talvez o melhor caminho seja começar com fundos ou ETFs (fundos negociados em bolsa), dessa forma terá uma carteira diversificada com um pouco mais de R$100 por cota, minimizando o risco de concentração em uma única ação ou setor.
Ao investir em ações, é preciso ter em mente que se torna sócio dessas empresas, então participa diretamente dos seus resultados o que reforça a importância de uma boa seleção – na bolsa há empresas em diferentes estágios de maturidade, que tem uma relação também direta com o potencial de crescimento e distribuição de dividendos. Nada ilustraria melhor os riscos no mercado de ações do que essa queda que vimos recentemente, poucos esperavam algo nessa magnitude, porém outras oscilações grandes, para cima e para baixo, ocorrerão nos próximos anos. A cada instante os investidores calculam se o preço de mercado é coerente com a expectativa de lucros futuros que a companhia deve entregar e, para isso, se baseiam em diferentes premissas (ex: a duração do distanciamento social é uma delas). Quanto mais convicção tiver sobre as empresas escolhidas, menores serão os riscos de se frustrar no futuro. Ainda que seja grande a tentação de obter ganhos expressivos no curto-prazo, na renda variável a orientação deve ser para o longo prazo.
Para escolher alguém que possa lhe auxiliar na negociação de ações, pode abrir uma conta em uma corretora, porém é importante tomar alguns cuidados como certificar-se do cadastro na CVM, histórico de reclamações, custos, assim como explorar as facilidades oferecidas como canais de atendimento, plataformas, etc. A melhor corretora é aquela que atenderá os atributos mais valorizados por você.
Roberto Agi é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]
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Texto publicado no site Exame 28 de abril de 2020