Quais as vantagens dos fundos imobiliários?
Minha esposa e eu gostaríamos de investir em imóveis para locação. Ouvimos muito falar em fundo imobiliário. O produto tem o mesmo potencial de valorização de um imóvel? E se no futuro decidirmos vender as cotas, como seria a tributação?
Fredy Tavares, CFP®, responde:
Os fundos de investimento imobiliários (FII) aplicam em empreendimentos como shoppings centers, prédios comerciais, agências bancárias, escritórios, hospitais e universidades, por exemplo. Podem conter imóveis urbanos ou rurais, já construídos ou em fase de construção.
Uma das vantagens é permitir que pequenos aplicadores invistam em imóveis nos quais, individualmente, não poderiam devido ao elevado valor destes bens. Muitos fundos são negociados no mercado por menos de R$ 1 mil. Assim, com o valor que usaria para comprar um imóvel, o investidor pode adquirir a participação em diversos empreendimentos, diversificando o risco.
A rentabilidade é paga pela distribuição dos resultados e aqui surge outro benefício: a isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas. Isso é válido quando o FII possui mais de 50 investidores, cotas negociadas em bolsa e quando o aplicador possui menos de 10% do total de cotas do fundo.
Como são carteiras fechadas, o investidor deve vender suas cotas quando precisar dos recursos. Para isso, recorre ao mercado de bolsa e pagará IR de 20% se houver ganho de capital: diferença positiva entre o preço de venda e o valor de aquisição das cotas. Outra vantagem dos FIIs é investir sem despesas com cartórios, certidões e documentação. O fundo dispõe ainda de administração profissional, o que aumenta as chances de sucesso, e é obrigado a apresentar dados sobre o empreendimento, facilitando a compreensão sobre a rentabilidade e a valorização/ desvalorização das cotas.
Como em todo investimento, também há riscos. O maior deles é o imóvel ficar vago. No vencimento do contrato, o inquilino pode sair e, até que se encontre um novo, o fundo reduzirá o pagamento de seus rendimentos. As cotas do fundo cairão, devido ao menor rendimento e dúvidas quanto à reestruturação dos aluguéis.
Como não há resgate, apenas a venda em bolsa, existe o risco de o preço das cotas não refletir o valor “correto”. Este é o risco de mercado. Mas há também o risco de liquidez, quando existe o interesse em vender as cotas, mas não se encontra compradores. Com isso, o investidor se vê obrigado a ofertar as cotas por valores ainda menores, até que encontre um interessado.
No geral, os FIIs são boas opções de investimento – especialmente neste momento de juros baixos – para os investidores que dispõem de prazo, abrem mão de liquidez e pretendem diversificar seus portfólios. Mas não se deve menosprezar os riscos. Vale ter em mente que este tipo de investimento é indicado para o longo prazo e que os melhores ganhos são apurados ao longo do tempo, com a valorização do imóvel e, principalmente, com a maturação do negócio.
Fredy Tavares é planejador Financeiro Pessoal e possui a Certificação CFP (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]
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Texto publicado no jornal Valor Econômico em 04 de fevereiro de 2013