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Quais são os erros mais comuns cometidos por investidores iniciantes e como evitá-los?

Felipe Giacomini, CFP®, responde:

Nos últimos anos, presenciamos um grande desenvolvimento no mercado financeiro, que tem atraído um número crescente de novos investidores. Essa democratização no acesso a uma ampla gama de produtos de investimento é, sem dúvida, uma boa notícia, pois fortalece o mercado financeiro e, por consequência, contribui para o crescimento econômico. No entanto, esse desenvolvimento traz desafios importantes que não devem ser subestimados, como a necessidade de uma alocação adequada de recursos e a promoção da educação financeira.

Uma das principais consequências dessa rápida democratização é a tomada de decisões equivocadas por parte de alguns investidores, que muitas vezes os leva a caminhos que não estão alinhados com seus objetivos e necessidades financeiras. Para evitar tais armadilhas, é muito importante minimizar os riscos e priorizar uma análise criteriosa dos retornos.

O fator temporal é um dos pilares fundamentais na construção de uma estratégia de investimento sólida. Cada horizonte de tempo exige uma abordagem específica em relação aos ativos financeiros. Ignorar essa relação entre tempo e investimento pode levar a resultados insatisfatórios. Portanto, é essencial um planejamento financeiro bem estruturado para evitar erros relacionados ao prazo inadequado de investimentos.

Quando se trata de adequar os investimentos ao perfil individual de cada investidor, a aversão à perda se destaca como um comportamento comum. Muitos investidores têm dificuldade em se desfazer de investimentos que estão com retorno acumulado negativo, enquanto têm uma forte tendência a vender rapidamente aqueles que estão com retorno acumulado positivo. Esse comportamento indica que a estratégia de alocação de ativos pode não estar alinhada com a tolerância ao risco do investidor. Responder com sinceridade e precisão a questionários de avaliação de perfil de risco é fundamental para evitar armadilhas financeiras.

Períodos de estabilidade e um contínuo desempenho positivo nos mercados podem alimentar o excesso de confiança entre os investidores, levando-os a assumir riscos excessivos e a tomar decisões precipitadas. Uma análise técnica sólida, que leve em conta tanto as características dos investimentos quanto o perfil do investidor, pode ajudar a evitar a tomada de decisões impulsivas.

Esses são apenas alguns exemplos dos comportamentos explorados pelas finanças comportamentais, um campo que merece a atenção de todos os investidores. Compreender os vieses comportamentais pode ajudar a identificar potenciais erros e tomar decisões financeiras mais assertivas. Por isso, recomendamos que o conhecimento financeiro seja combinado com a avaliação das características emocionais de cada indivíduo para garantir o sucesso de sua estratégia de investimento.

Portanto, é altamente recomendável buscar a orientação de um profissional capacitado para criar um sólido plano financeiro, avaliar necessidades específicas e estabelecer objetivos claros. Esses pilares ajudam os investidores a tomar decisões racionais e a evitar as armadilhas emocionais que, com frequência, surgem devido à falta de um planejamento adequado. A educação financeira e a busca por orientação especializada são passos essenciais rumo ao sucesso financeiro.

Felipe Giacomini é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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Texto publicado na Revista Época em de 31 outubro de 2023.

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