Quais são os melhores investimentos para uma renda extra?
Quero ter uma renda extra. Quais são os melhores investimentos com rendimentos mensais?
Bruno Souza, CFP®, responde:
Compreender os principais fatores que devem ser observados, diagnosticar seu caso e decidir conscientemente por um investimento que irá proporcionar a segurança e o retorno compatíveis com sua necessidade com certeza são o melhor investimento.
Primeiramente é indicado diagnosticar a necessidade de renda para depois sugerir qual instrumento de investimento é adequado a cada caso.
A renda pode ser desejada para:
1- Cobrir despesas básicas;
2 – Manter padrão de vida;
3 – Aumentar padrão de vida.
Para cada uma dessas necessidades é exigido um controle de risco diferente. Para despesas básicas é necessário ter mais previsibilidade e estabilidade; para a manutenção do padrão de vida é possível assumir um pouco mais de risco; para aumentar o padrão de vida pode haver maior exposição a riscos.
Abaixo estão listadas as principais fontes de renda não laboral na ordem da mais estável para a mais arriscada, assim o leitor poderá identificar qual fonte de renda é mais adequada à sua necessidade e posteriormente identificar qual solução do mercado financeiro seria mais indicada:
1 – pensão: muito estável e muito previsível;
2 – renda fixa que paga juros periodicamente: estável e previsível;
3 – aluguel: pouco estável e pouco previsível;
4 – distribuição de lucros: instável e imprevisível.
Assim, a escolha de fonte de renda vai depender da sua tolerância aos riscos e da sua capacidade de geri-los.
1 – Pensão: é sugerida a compra de renda junto a seguradoras independentes. Normalmente elas pagam juros próximos aos praticados pelo Tesouro na data de contratação. Convém levantar qual seria a renda oferecida entre as principais seguradoras porque a taxa praticada pode variar bastante dependendo da política comercial de cada uma.
É indicada para quem quer obter o máximo de renda possível sem se preocupar em preservar patrimônio para herdeiros, porque nesse caso é possível desacumular o capital de forma programada, sendo a renda composta por juros e por frações do patrimônio. Por outro lado, o patrimônio é extinto.
Outra vantagem enorme é a possibilidade de contratar renda vitalícia, ou seja, a garantia de que a renda vai estar presente independentemente de quantos forem os anos de sobrevivência. O valor da renda vitalícia pode ser bem diferente daquele de uma renda contratada por prazo certo e é importante conferir os valores de cada modalidade de renda, comparar com as necessidades e assim tomar a melhor decisão.
2 – Renda fixa que paga cupons: títulos de dívidas que periodicamente pagam os juros combinados na contratação. Convém definir o prazo de maturidade do título conforme a expectativa de tempo necessário de renda. Um cuidado que se deve ter é em relação à inflação, porque a renda proporcionada pelo título pode perder poder de compra ao longo dos anos.
3 – Aluguel: são muito indicados fundos imobiliários, porque oferecem benefícios fiscais e quando bem escolhidos oferecem melhor diversificação e consequentemente maior proteção. Convém diversificar estratégias e classes de imóveis e, para escolher quais fundos imobiliários irão compor o portfólio, é recomendado seguir a sugestão de um analista de valores mobiliários. É indicado para quem pretende gerar renda e preservar o patrimônio principal, porém o valor da renda provavelmente será menor que o de uma pensão contratada junto a uma seguradora, já que a pensão é calculada considerando o montante (capital + rendimentos futuros), enquanto nos dividendos preserva-se o capital.
4 – Distribuição de lucro: considerada menos segura porque a lucratividade das empresas pode variar com maior frequência. Para montar uma carteira de boas empresas pagadoras de dividendos é de suma importância seguir a indicação de um analista de valor mobiliário.
É indicada para quem pretende gerar renda e ao mesmo tempo ter a oportunidade de crescimento patrimonial, uma vez que parte do lucro é retida pela empresa para reinvestir em novos projetos com potencial de crescimento, podendo resultar em valorização da empresa ao longo do tempo.
Por fim, é possível combinar as quatro estratégias apresentadas acima, ponderando a participação de cada uma conforme a necessidade de renda, pois numa família pode haver várias necessidades diferentes de promoção de renda, inclusive em momentos e com prazos diferentes.
Caso tenha dúvidas em relação ao tema, não hesite em procurar um planejador financeiro certificado.
Bruno Souza é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]
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Texto publicado no site Época Negócios em 22 de junho de 2021.