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Vale a pena financeiramente ter um plano de sócio torcedor? Quais as vantagens?

Victor Marques, CFP®, responde:

No contexto atual, onde o planejamento financeiro pessoal assume um papel crucial, surge a indagação: será que vale a pena investir em um plano de sócio torcedor? Para os amantes do esporte, especialmente do futebol, essa ponderação vai além da mera paixão, adentrando o campo das finanças pessoais. Neste artigo, exploraremos os aspectos financeiros vinculados aos planos de sócio torcedor, destacando suas vantagens e analisando se esse investimento é, de fato, um gol para o bolso do torcedor. Vale ressaltar que cada clube possui características diferentes. Dessa forma, é necessário avaliar cada situação individualmente, mas serão destacados os principais pontos em comum.

Os planos de sócio torcedor, associados tradicionalmente a clubes de futebol, representam uma abordagem inovadora para envolver os fãs, proporcionando benefícios exclusivos em troca de uma contribuição mensal. Atualmente, esses planos têm se expandido para outras modalidades esportivas, ampliando a oferta de uma experiência mais abrangente aos adeptos.

Iniciando a análise com os benefícios tangíveis, muitos clubes oferecem descontos expressivos em ingressos, descontos em produtos licenciados e, em alguns casos, acesso privilegiado a eventos exclusivos. Se o torcedor souber usufruir dessas vantagens regularmente, o custo do plano pode ser rapidamente compensado.

No entanto, existem benefícios que vão além da questão monetária. O acesso a experiências exclusivas, como visitas aos bastidores, encontros com jogadores e participação em eventos especiais, proporciona um valor emocional que transcende as preocupações financeiras. Para muitos, a oportunidade de estar mais próximo do time que ama não tem preço.

Os programas de sócio torcedor também frequentemente recompensam a fidelidade a longo prazo. Isso pode incluir upgrades automáticos de categoria, brindes exclusivos e até mesmo a possibilidade de participar de decisões do clube. A fidelidade do torcedor é reconhecida e recompensada, criando-se uma dinâmica benéfica para ambas as partes. Outro fator relevante é que, dependendo do clube, fica inviável participar presencialmente dos jogos sem possuir esse programa, especialmente dos jogos mais importantes. Segundo pesquisa da Outfield, a maioria dos planos só vale a pena para quem comparece ao menos em três jogos por mês, sendo que nem todos os clubes jogam essa quantidade de jogos como mandante. Outro ponto que é necessário averiguar é que há planos de entrada como o do Vasco, com valor de R$ 11,98 ao mês (R$ 143,76 ao ano), mas também há planos chamados de “Diamante”, como o do Palmeiras, que custa R$ 779,99 ao mês (R$ 9.359,88 ao ano).

Contudo, é importante considerar a situação financeira individual antes de aderir a um plano de sócio torcedor. Em um cenário de orçamento apertado, é necessário avaliar se os benefícios oferecidos são compatíveis com as prioridades financeiras do torcedor, pois o plano só valerá a pena se utilizado. Então, a disposição em utilizar o plano ao longo do tempo bem como residir minimamente próximo ao clube são fatores essenciais a serem considerados.

Em última análise, a decisão de aderir a um plano de sócio torcedor é pessoal e deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa das circunstâncias financeiras individuais e familiares. Se os benefícios tangíveis e emocionais superam os custos mensais, então, sem dúvida, vale a pena financeiramente ter um plano sócio torcedor. Além de apoiar o time do coração, o torcedor pode encontrar nesse investimento uma fonte de diversão contínua, fazendo com que cada jogo seja uma vitória, não apenas no campo, mas também na planilha financeira pessoal.

Victor Marques é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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Texto publicado no jornal Época Negócios em 20 de fevereiro de 2024

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