
Com juros menores, tenho que arriscar mais?
13 de ago. de 2012
Maria Angela Nunes Assumpção, CFP®:
Li nos jornais que, como as taxas de juros caíram, os investidores têm que assumir mais risco. Sou um aplicador conservador. Queria entender por que tenho que assumir mais risco e o que significa esse risco.
Maria Angela Nunes Assumpção, CFP®:
Caro leitor, quando tomamos decisões sobre os nossos investimentos, precisamos definir, em primeiro lugar, qual é o nosso objetivo em relação ao recurso que será aplicado. Essa definição será determinante para se estabelecer qual o nosso horizonte de investimento (quando precisaremos ter o dinheiro de volta), qual a faixa de rentabilidade seria adequada e o quanto podemos/queremos nos expor a risco. Portanto, você não tem, necessariamente, que assumir mais risco, pois pode ser que maior risco não combine com o seu perfil, objetivo e necessidade. Você pode inclusive tentar minimizar o impacto da redução dos seus rendimentos financeiros por meio da reorganização do seu orçamento familiar, buscando aumentar receitas e/ou reduzir despesas. Mas é importante que você tenha consciência que com a queda das taxas de juros as aplicações mais tradicionais passaram a apresentar uma menor rentabilidade e que, provavelmente, o dinheiro que você tem aplicado passou a ter um rendimento menor do que aquele a que você estava habituado. Como rendimento é uma equação entre rentabilidade esperada, risco e horizonte de tempo/liquidez, em cenários de juros mais baixos, é recomendável a análise de ativos diferenciados, que poderão impactar em maior risco e/ou prazo.
Por que assumir mais risco? Para se buscar maior rentabilidade, pois só existe sentido em se assumir um risco maior para se alcançar um maior retorno. Essa é uma das decisões que os investidores têm que tomar: se assumem ou não mais risco em busca de maior rentabilidade.
O que é risco? De maneira bem simples, podemos definir risco como a incerteza de que determinado fato aconteça como esperamos. Risco significa que você pode ganhar, mas que também existe a possibilidade de você perder. Quanto maior for o potencial de ganho, provavelmente, maior será o risco de alguma perda.
Destacaremos três tipos de risco: de mercado, de crédito e de liquidez.
O risco de mercado é o risco de oscilação no preço e/ou nas taxas dos ativos. Pode ser a oscilação no preço das ações, nas taxas de juros, na paridade cambial, no preço das commodities. Suponha que você compre uma ação por R$ 10,00 porque as avaliações técnicas apontam que o preço da ação deva atingir R$ 15,00 em um determinado período de tempo. Se tudo correr dentro das suas expectativas, o preço da ação poderá até superar os R$ 15,00, mas, se acontecer algum fato diferente, o preço da ação poderá cair e ficar abaixo dos R$ 10,00.
Risco de crédito é o risco da inadimplência. Sempre que você tiver que receber de alguém ou de alguma instituição, você está correndo risco de crédito. Quanto maior for a incerteza de que receberá o seu dinheiro de volta, maior será esse risco.
Risco de liquidez está relacionado com a velocidade de conversão de um ativo em dinheiro a um preço justo. Quanto maior for o prazo e/ou menor for o preço para conseguir vender um determinado bem, maior será o risco de liquidez.
Temos como eliminar completamente o risco? A resposta é não. Todo ativo tem algum risco, por menor que seja.
Importante: assumir risco não é ruim, desde que saibamos a que tipo de risco estamos expostos. Portanto, precisamos conhecer o nosso próprio perfil em relação ao risco: o quanto e em que grau podemos e estamos dispostos a corrê-lo.
Maria Angela Nunes Assumpção é Planejadora Financeira Pessoal e possui a Certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: angela@moneyplan.com.br.
As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para : consultoriofinanceiro@planejar.org.br
Texto publicado no jornal Valor Econômico em 13 de agosto de 2012.

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