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Como criar uma reserva de emergência?

O investidor deve poupar de 6 a 12 meses do seu custo de vida

Adrian Marquesim CFP®, responde:

A reserva de emergência é o valor investido de modo que, em um momento de necessidade financeira, seja de rápido acesso o seu resgate, preferencialmente com baixo risco.

Essa parte de seu capital poupado é de extrema importância e é indicado que seja a primeira reserva a ser constituída, afinal, para estar tranquilo no presente, é necessário pensar no futuro.

Pense em um cenário no qual o investidor precise de um fluxo mensal, em caso de desemprego ou doença por exemplo. Essa reserva dará tranquilidade pelo menos no âmbito financeiro. Na prática, o investidor deve poupar de 6 a 12 meses do seu custo de vida nessa reserva. Ou seja, você calcula o quanto precisa para viver em 1 mês e multiplica pela quantidade de meses.

Esse número é ideal porque, se o investidor tiver uma baixa reserva de emergência, ele pode precisar utilizar outros recursos investidos que podem não ter as melhores condições de resgate em determinado momento ou ainda contrair empréstimos, o que pode agravar ainda mais uma situação delicada.

Uma reserva superior a 12 meses comprometerá o atingimento de objetivos de médio ou longo prazo. Acima desse horizonte de tempo, o mercado oferece opções mais vantajosas em relação ao rendimento obtido que podem ser igualmente de baixo risco.

Por não ser o foco dessa reserva obter ganhos em médio ou longo prazo, a rentabilidade será balizada pela taxa básica de juros, a Selic. Os pontos básicos para uma reserva de emergência são alta liquidez e baixo risco.

Alta liquidez significa ter recursos disponíveis para utilização pouco tempo após a solicitação do resgate. Para a reserva de emergência, o ideal é que o recurso esteja disponível imediatamente após a solicitação. Também são consideradas aplicações que disponibilizam o recurso no mesmo dia da solicitação.

O baixo risco é importante porque, em um investimento que oscila muito, um momento em que haja a necessidade de utilização pode não ser o melhor para saída, o que pode comprometer inclusive o principal investido.

Um tipo de produto de investimento indicado para esse objetivo é o Tesouro Selic, que é um título do Tesouro Nacional comercializado pelo Tesouro Direto. No Tesouro Selic, o investidor empresta dinheiro ao Tesouro Nacional. São pagos rendimentos diários e o crédito do resgate acontece no mesmo dia. Esse título paga a variação da taxa Selic.

Outros títulos são os CDBs com resgate diário. Um CDB nada mais é que um empréstimo a uma instituição financeira, que é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), criado para proteger o investidor de uma eventual falência do banco que obteve o empréstimo.

Para a reserva de emergência, o ideal é alocar em títulos referenciados à taxa CDI (exemplo: um CDB pagando 100% do CDI) e em fundos de renda fixa que se referenciam à taxa CDI aplicando em títulos do governo e títulos de empresas privadas com concentração em taxas pós-fixadas. No caso dos fundos, como são uma modalidade coletiva gerida por profissionais, geralmente há cobrança de taxa de administração. Portanto, o ideal é uma análise do custo-benefício em relação a outras opções.

Em suma, o investidor precisa analisar as melhores opções disponíveis dentro dos parâmetros de alta liquidez e baixo risco, usando como base de comparação para a remuneração a taxa Selic. Ter uma reserva sólida deixa o investidor mais tranquilo para o planejamento das outras reservas de uma carteira de investimentos.

Adrian Marquesim é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Email: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não da ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Texto publicado na Revista Época em 13 de setembro de 2022.

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