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Como definir minhas metas financeiras e acompanhá-las?

Hélio Nunes Ferreira, CFP®, responde:

O estabelecimento de metas faz parte de uma atividade mais ampla chamada planejamento, o qual representa o ato de estabelecer objetivos e mobilizar instrumentos e ações necessários para alcançar esses objetivos. Planejamento financeiro visa direcionar esforços no sentido de chegar a determinada situação futura desejada para uso do dinheiro.

De acordo com o horizonte de tempo, os objetivos do planejamento podem ser de curto, médio e longo prazos. Apesar de não existir uma linha rígida para essa classificação, objetivos a serem atingidos em até um ano são de curto prazo; entre dois e cinco anos, de médio prazo; e acima de cinco anos, de longo prazo. Essa classificação é importante no momento de definir as metas, pois é a concretização delas que fará com que os objetivos sejam alcançados.

As metas são integrantes do planejamento financeiro e representam a quantificação dos valores que permitem chegar ao destino almejado. São alguns objetivos financeiros: formação de reserva de emergência, pagamento de dívidas, compra de imóvel, compra de veículo, gastos com realização de viagem, custeio de curso superior, redução de gastos, complemento de renda na aposentadoria, entre outros. A definição de metas financeiras deve ser precedida do estabelecimento de objetivos bem definidos e passíveis de serem efetivados. Definir o propósito do dinheiro no futuro é um valioso passo para a realização de um planejamento financeiro.

A escolha das metas financeiras, além do alinhamento com os objetivos, depende da realidade financeira da pessoa no presente, pois para que as metas sejam realistas e factíveis, é fundamental realizar um diagnóstico das finanças em termos de ganhos (que são as receitas) e de gastos (as despesas). Nesse processo, devem ser relacionados origem e destino dos recursos financeiros mensais para que se saiba de onde vem e para onde está indo o dinheiro.

Frente ao conhecimento da origem e destinação mensal do dinheiro, o passo seguinte é relacionar quais são os objetivos financeiros possíveis e, a partir deles, analisar o que será necessário alterar na situação financeira atual visando a esse fim. Um instrumento relevante nesse processo é o orçamento. Ele é um plano financeiro onde se relacionam as receitas e despesas mensais, permitindo auxiliar na organização da vida financeira e correção de excessos, como a redução de despesas supérfluas.

Identificada a situação financeira atual e elaborado o orçamento mensal, é possível definir metas e horizontes de tempo para sua realização. Suponha que o objetivo seja constituir uma reserva de emergência. Nesse caso, é preciso definir o valor a ser acumulado. Imagine que opte por acumular três vezes o valor dos gastos mensais e fixe meta de guardar 10% do valor dos gastos mensais a cada mês. Esse objetivo levará 30 meses (dois anos e meio) para seu atingimento. Esse é um objetivo de médio prazo. O progresso da meta depende da qualidade do planejamento no tocante a seu realismo e capacidade de execução, a priori, e da disciplina em cumprir as metas, ou seja, se forem ser destinados, mensalmente, 10% do valor dos gastos para a reserva de emergência, esse ato precisa ser realizado em cada mês.

Portanto, estabelecer objetivos, fixar metas e ter disciplina na sua concretização são elementos que possibilitam alcançar os objetivos financeiros. Havendo dúvidas em como elaborar o orçamento pessoal, orientamos consultar auxílio de um planejador financeiro.

Hélio Nunes Ferreira é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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Texto publicado no jornal Valor Econômico em 29 de Abril de 2024

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