Como escolher um banco?
Beny Fard, CFP®, responde:
Sobrou um dinheiro extra no final do mês e você quer investir, ou faltou um recurso no orçamento para quitar uma dívida e você quer tomar dinheiro emprestado? Em ambos os casos um nome comum vem à mente: Banco.
Bancos são instituições historicamente consideradas seguras pela população em geral, seja para depositar o patrimônio líquido para guardá-lo, remunerá-lo e movimentá-lo quando necessário (depósito), seja para tomar recursos emprestados quando se necessita (empréstimo), e essa prática tal como se conhece na atualidade remonta à Idade Média.
De forma bastante simplificada, bancos atuam como agentes intermediários que permitem um relacionamento entre poupadores (que realizam depósito e buscam rentabilidade) e tomadores (que buscam empréstimo em forma de crédito).
Assim como outras instituições de mercado, bancos são prestadores de serviços, e é importante ressaltar que, independentemente da situação em que o cliente se encontre (poupador ou tomador), é imprescindível que sempre tenha um bom planejamento de finanças pessoais e consciência da sua realidade e momento financeiro para que o relacionamento com o banco não se torne uma dor de cabeça.
Mas, seja buscando rentabilizar patrimônio ou mesmo tomar empréstimo, quais deveriam ser os critérios a serem seguidos na hora de escolher um banco?
Os bancos mudaram muito ao longo das últimas décadas. Em vista da modernização das instituições financeiras e do avanço tecnológico, o acesso e os produtos oferecidos pelos bancos se tornaram praticamente commodities, sendo que o que deveria de fato agregar valor na relação de um cliente com seu banco é a qualidade na prestação de serviços, e não, necessariamente, os produtos que o banco oferece (seguro de vida, previdência privada, consórcio, financiamento etc.).
Ao se escolher um banco comercial para relacionamento, primeiramente é importante considerar a reputação desse banco, o quão confiável ele é em termos de tempo de mercado, solidez financeira, e qual é sua avaliação sob a ótica de outros clientes.
O atendimento que esse banco presta a seus clientes também é importante, seja na abertura da conta, na qualidade do atendimento online e presencial, em emergências (por exemplo, transações suspeitas, perda de cartão etc.), na resolução de reclamações ou até mesmo na facilidade do encerramento da conta.
Em tempos de inovação em alta, outro ponto relevante é o nível de tecnologia que esse banco entrega, seja através de aplicativos, internet banking, relacionamento digital ou novas ferramentas como inteligência artificial, blockchain etc., que trazem melhores experiências ao cliente.
Naturalmente, ao se considerar um banco para relacionamento, também se procuram as melhores condições de remuneração de capital tanto em investimentos (taxa de remuneração de CDB etc.) quanto ao buscar poupar, bem como melhores condições e taxas de crédito (limites e concessão) quando se está em busca de empréstimos.
Por fim, mas não menos importante, deve-se avaliar custos e benefícios do relacionamento, tais como taxas (mensalidades de conta, taxas de saque etc.), juros (empréstimos pessoais, financiamento de veículos etc.) e programas de fidelidade (pontuação de cartão, cashback etc.).
Bancos podem ser excelentes aliados quando se possui uma boa organização financeira pessoal e familiar, permitindo que as oportunidades e os desafios da vida se tornem melhor administráveis.
Beny Fard é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]
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Texto publicado no jornal Valor Econômico em 21 de Outubro de 2024