Como investir em royalties musicais?
Harion Camargo, CFP®, responde:
A música, com seu poder de envolver e proporcionar prazer, também pode ser uma fonte de renda. Os royalties musicais representam os pagamentos recebidos pelos autores de canções sempre que suas obras são executadas em público, seja em rádios, TVs, shows, ou plataformas de streaming. Com o advento da tecnologia o acesso a esse mercado foi democratizado, permitindo que qualquer pessoa invista e obtenha ganhos com esses direitos autorais. Este texto explora detalhadamente o conceito de royalties musicais, como investir nesse mercado e os principais fatores a serem considerados para quem deseja diversificar seus investimentos através da música.
Royalties musicais são, essencialmente, compensações financeiras aos detentores de direitos autorais sempre que suas obras são executadas publicamente. O montante recebido pode variar conforme a frequência de execução, o alcance e a popularidade da música. Uma característica interessante dos royalties é que eles proporcionam uma renda passiva contínua para os criadores, que recebem periodicamente por suas criações, mesmo depois de concluídas. Para garantir a distribuição correta desses pagamentos, instituições como o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), no Brasil, monitoram e coletam as taxas devidas, distribuindo-as entre os artistas.
O investimento em royalties musicais permite que o investidor adquira uma parte nos direitos autorais de uma música, transformando-se em sócio das receitas geradas por sua execução. Historicamente, esse tipo de investimento era restrito a artistas e gravadoras, mas a tecnologia blockchain possibilitou a tokenização desses direitos, convertendo-os em criptoativos que podem ser adquiridos e negociados por qualquer pessoa. Ao comprar esses tokens, o investidor ganha direito a uma fração dos royalties, possibilitando a chance de obter uma renda passiva proporcional ao sucesso da música escolhida.
Entretanto, como em qualquer tipo de investimento, os royalties musicais também têm seus riscos. O rendimento não é garantido, pois depende do desempenho da música e das condições do mercado musical. Além disso, o mercado pode sofrer influências de fatores econômicos, sociais e tecnológicos, e as mudanças nas leis de direitos autorais podem afetar a rentabilidade desses ativos. A liquidez é outro ponto de atenção, já que pode ser desafiador vender ou negociar esses tokens rapidamente.
Para investir em royalties musicais, é necessário seguir alguns passos. Primeiro, é fundamental pesquisar e entender o mercado, explorando as plataformas de investimento disponíveis e conhecendo as tendências da indústria musical. Em seguida, é preciso escolher uma plataforma confiável, avaliar as oportunidades de investimento com cautela, diversificar o portfólio e acompanhar o desempenho das músicas em que se investiu. É essencial estar preparado para os riscos, considerando a volatilidade do mercado e a possibilidade de perda.
Investir em royalties musicais é uma maneira inovadora de diversificar uma carteira de investimentos, oferecendo a oportunidade de renda passiva e de participação no desenvolvimento da indústria musical. No entanto, é crucial estar consciente dos riscos envolvidos e tomar decisões informadas. Sempre que possível, procure um Planejador Financeiro Pessoal certificado CFP. A música pode ser uma forma de investimento, mas, como qualquer outro ativo, exige pesquisa e uma compreensão clara dos desafios que podem surgir.
Harion Camargo é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]
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