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Como juntar dinheiro para se casar?

Quanto maior o esforço de poupança todos os meses, ou a busca de maneiras criativas para se fazer uma linda festa sem gastar tanto, mais rápido será possível a realização desse sonho

Fernanda Cristina CFP®, responde:

Antes de se definir como juntar dinheiro, é necessário saber quando será o casamento para que se tenha o tempo necessário para o alcance desse objetivo. É preciso também saber quanto será necessário para a realização do sonho. Feito o orçamento de quanto se irá gastar e tendo ciência do tempo de esforço necessário, o próximo passo é considerar, dentro do orçamento do casal, quanto será necessário poupar todos os meses para a realização do sonho.

Quanto maior o esforço de poupança todos os meses, ou a busca de maneiras criativas para se fazer uma linda festa sem gastar tanto, mais rápido será possível a realização desse sonho.

Se a data definida estiver a 12 meses ou menos do início do planejamento, esse será considerado um objetivo de curto prazo, para o qual são indicados investimentos com um grau maior de liquidez (a possibilidade de converter em espécie) e menor de risco (a possibilidade de resgatar menos do que o valor investido). O Brasil possui atualmente uma taxa de juros alta, o que permite encontrar investimentos em renda fixa, que conciliam baixo risco e alta liquidez, com rendimentos interessantes.

Se a data do casamento for definida para o prazo entre 1 ano e 10 anos, o objetivo será classificado como de médio prazo e podem-se considerar outras alternativas de investimentos em renda variável para uma parcela pequena do capital – lembrando que investimentos em renda variável estão sujeitos a maiores riscos e por isso geram uma expectativa de rentabilidade acima das opções de renda fixa no médio e longo prazo. Porém, deve-se observar o perfil do casal enquanto investidores, sua tolerância ao risco e sua capacidade de tomar risco. Conheçam os detalhes dos produtos escolhidos antes de realizar um investimento. 

É fundamental que o casal mantenha a disciplina no esforço de poupar todos os meses para o alcance do objetivo. Vale a pena ressaltar que problemas financeiros têm sido a segunda maior causa de divórcio no mundo. Sendo assim, é importante mencionar alguns cuidados para construir um relacionamento financeiramente saudável.

Conhecer como se gasta, e como se compartilha e administra a renda familiar pode influenciar muito mais do que apenas pagar contas. Importante que conheçam os hábitos financeiros um do outro. Fundamental que decidam de maneira justa como dividir as contas. É importante que discorram sobre as dívidas desequilibradas caso existam e elaborem um plano para solução juntos. Deve-se estabelecer uma rotina mensal de conversas sobre dinheiro para ajustar as arestas que eventualmente surgirem. Planejem com antecedência como gastar um ganho inesperado, mas não o gastem antes de recebê-lo.

Não escondam questões relacionadas às finanças um do outro, mesmo quando julgarem ser algo simples ou até mesmo irrelevante. Pequenas “mentiras financeiras” podem desencadear grandes problemas para o casal e, consequentemente, para a família. 

Se um for mais consumista e o outro mais poupador, existirá uma ótima possibilidade de unir o lado bom de ambas as características para a obtenção de uma vida mais feliz. O consumista deverá aprender com o poupador a não gastar tudo o que ganha e a guardar para o futuro, e o poupador deverá aprender com o consumista a não se preocupar demasiadamente com o futuro nem se esquecer de viver boas experiências no presente. 

O casamento deve ser tratado como unidade e não pode ser diferente com as finanças do casal.

Fernanda Cristina Cardoso Dias Ferreira é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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Texto publicado na Revista Época em 25 de outubro de 2022.

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