Consultório Financeiro

Como me organizar para ter algo no futuro?

Estou precisando reorganizar minha vida. Apesar de ter quitado as dívidas, confesso que ainda estou meio perdida com as finanças. Gostaria de saber como posso me organizar para alcançar uma boa situação financeira e conseguir ter alguma coisa no futuro.

Oswaldo Sena, CFP:

Se você acha que é difícil administrar suas finanças, você não está sozinha. O mundo financeiro está ficando cada vez mais complicado. Algumas estratégias simples podem ajudá-la a achar o caminho para uma situação financeira confortável. Veja a seguir o que você pode fazer para se organizar, formar um patrimônio e preservá-lo.

Para administrar seu dinheiro é preciso, primeiro, criar um plano de ação para ajudá-la a alcançar seus objetivos. Se tudo o que precisa fazer parecer difícil, quebre o seu objetivo em pequenas tarefas. Isso vai melhorar as chances de você conseguir.

Lembre-se sempre de que boa administração financeira é um estilo de vida. Será mais fácil manter-se no caminho cercando-se de pessoas que possuem os mesmos valores que você. Pesquisas também mostram que uma pessoa progride mais rápido se sente que está sendo acompanhada. Portanto, conte a uma amiga ou faça a família e amigos conhecerem seus planos.

Com relação aos seus gastos, concentre-se em suas necessidades – e não em seus desejos. Não é mais suficiente viver dentro de nossas possibilidades financeiras. Hoje em dia, deveríamos viver abaixo delas. Estamos vivendo muito mais e, por isso, teremos maiores necessidades financeiras no futuro, principalmente com saúde e lazer.

Classifique suas despesas em grandes categorias (moradia, saúde, educação, transporte, empregados etc) e analise em quais delas você gasta mais. Veja se é possível tomar ações corretivas.

Escolha uma despesa para cortar. Isso é mais eficiente que prometer que vai cortar os gastos em 20%. Se realmente não for possível cortar nada, reduza (você não pode comer menos fora de casa?).

Proteja-se de catástrofes financeiras (despesas com internação hospitalar, indenizações em casos de acidentes, morte de arrimo de família etc). Faça os seguros necessários.

Tudo começa com poupança. Se você não guardar algum dinheiro agora, não terá dinheiro depois. E quanto mais cedo fizer isso, maior será o seu sucesso. Destine uma parte da renda mensal para a formação de seu patrimônio. Nesse quesito, 5% é o mínimo, 10% é bom, 20% é muito bom e qualquer percentual acima disso é excelente.

Faça e mantenha sempre uma reserva de segurança, com valor correspondente aos seus custos acumulados de seis meses, pelo menos.

Automatize. Depender da força de vontade para poupar é mais difícil. Coloque no débito automático contribuições para seu plano de previdência e poupança programada.

Simplifique sua vida financeira. Diminua o número de cartões de crédito. Você não precisa de dez cartões, dois já são suficientes. Isso também reduz despesas com anuidades. Diminua também o número de contas bancárias. Isso também vai reduzir suas despesas com mensalidades pagas aos bancos pelos pacotes de serviços.

Tente aumentar suas receitas, mas mantenha baixas as suas despesas (isso também é muito importante em negócio próprio ou empresas).

Administrar seu dinheiro ao longo da vida é uma jornada. Você pode fazer o melhor possível e planejar com antecedência, mas, com certeza, em algum momento vai ser surpreendida por acontecimentos que vão desviá-la do caminho planejado. Não se desespere, retorne o mais rápido que conseguir.

Acredite em você e persevere. Assim você vai conseguir.

Oswaldo Sena é Planejador Financeiro Pessoal e possui a Certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 14 de maio de 2012.

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