Como não deixar a família desassistida
Sou profissional liberal, tenho 30 anos, casado e tenho uma filha. Um amigo de infância, também profissional liberal e com a mesma idade, faleceu este ano deixando família e filhos em uma situação financeira bem difícil. Fiquei muito assustado e gostaria de saber quais as formas de melhor proteger minha família.
Thiago Sampaio, CFP®, com a colaboração de Leonardo Gomes, responde:
A possibilidade da perda de um ente querido é um assunto pouco abordado no ambiente familiar. Além disso, é raro se colocar no lugar de alguém que acabou de passar por tal fatalidade e pensar em uma maneira de proteger a própria família. Para evitar, além do abalo emocional, o desequilíbrio das finanças, é importante ter uma boa combinação de seguros dentro do planejamento financeiro familiar.
Primeiro Passo
O primeiro passo é saber dos benefícios de renda providos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em casos de invalidez, acidente, doença e aposentadoria. Além disso, há o benefício de pensão por morte, que é vitalício para certos dependentes, como o cônjuge, e concedido a qualquer tempo para o segurado ativo, ou que tenha cumprido os requisitos para aquisição da aposentadoria.
Segundo passo
A segunda etapa será a escolha de seguros privados que protejam diante dos riscos de morte, invalidez e doenças.
Morte. O seguro de vida em caso de morte deverá cobrir três aspectos:
Despesas imediatas – despesas com inventário, que podem chegar a até 15% do valor total do patrimônio, quitação de dívidas, despesas funerárias e póstumas. Para esta cobertura, o pagamento deverá ser em forma de pecúlio, para que, quando ocorrer o fato, o dinheiro seja liberado de uma só vez.
Restabelecimento familiar – para o recebimento de uma renda durante o período de readaptação à nova realidade da família. Se a renda do faltante for a única, a escolha pela renda vitalícia pode ser a melhor opção.
Provimentos futuros – para garantir, por exemplo, uma renda para quando a filha atingir a maioridade, por meio de um seguro a termo fixo em que a renda seja paga a partir da idade desejada e pelo tempo que o segurado achar necessário.
Invalidez. O que aconteceria com uma família caso o provedor principal ficasse incapaz de desenvolver suas funções laborais e pessoais? Para manter a qualidade e o padrão de vida é preciso se proteger das duas grandes causas da invalidez.
Acidentes: o seguro de acidentes pessoais cobre casos de invalidez parcial ou total, quando há uma redução ou total impossibilidade da execução de suas atividades. A indenização é concedida após esgotadas as possibilidades de recuperação. Durante o tratamento, o seguro poderá cobrir despesas médico-hospitalares, assim como diárias de internação hospitalar.
Doenças: A cobertura será por invalidez permanente quando o segurado perder a autonomia devido a doenças como cegueira, cardiopatias graves, doenças que afetam o sistema nervoso, entre outras. Além disso, há a cobertura para doenças graves em que é paga uma indenização para tratamento de casos específicos, como, por exemplo, alguns tipos de câncer.
Revise periodicamente seus planos de seguro para adequar os valores de cobertura em cada momento de vida, assim como dos seus beneficiários.
Não se esqueça da proteção para imprevistos do dia a dia (como um eventual desemprego), construindo uma reserva de recursos com liquidez e baixo risco; e de se preparar para a longevidade, formalizando um plano para aposentadoria. Desta forma poderá aproveitar sua família com mais tranquilidade.
Thiago Sampaio é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP (Certified Financial Planner) concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). Email: [email protected]
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