Consultório Financeiro

Como proteger dados bancários on-line?

Edgar Bispo, CFP®, responde:

De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos – FEBRABAN, em 2023, quase oitenta por cento das transações bancárias ocorreram por meio de computadores, tablets ou smartphones, e esse percentual tende a aumentar, uma vez que os meios digitais estão mais acessíveis a todos e oferecem inúmeras facilidades se comparados às transações presenciais.

Assim, é legítima a preocupação com as informações das transações financeiras e a segurança dos dados bancários ao utilizar esses canais; com o aumento do uso da internet para movimentações de valores, cresce também a incidência de crimes cibernéticos, sendo o roubo de credenciais bancárias um dos mais comuns. Além dos prejuízos financeiros, esse tipo de crime costuma deixar sequelas emocionais nas vítimas, que muitas vezes se sentem culpadas por facilitar o acesso de hackers às suas contas.

Geralmente, os sistemas das instituições financeiras são monitorados e constantemente testados para evitar invasões, o que os torna bastante seguros; a maioria dos casos de sucesso dos criminosos se dá através da engenharia social, fazendo com que o próprio usuário facilite o acesso às informações bancárias.

A primeira linha de defesa é nunca compartilhar senhas e login, seja pessoalmente ou virtualmente; os hackers costumam ligar ou enviar mensagens, fazendo-se passar por funcionários da instituição financeira, e, sob pretexto de estornar uma suposta movimentação fraudulenta, solicitam ao usuário que entregue suas credenciais de acesso. É importante lembrar que os bancos nunca entram em contato com os usuários remotamente solicitando esse tipo de informação.

A qualidade das senhas é outro cuidado que não pode ser negligenciado, deve-se evitar senhas fáceis de deduzir, como datas de nascimento de familiares, números de telefone, placas de veículos e números de documentos pessoais e outros que podem ser facilmente acessados. Jamais usar as mesmas senhas de outros aplicativos no aplicativo do banco, pois, em geral, os aplicativos de empresas de outros ramos são mais vulneráveis que os bancários, e uma tática comum de bandidos é descobrir as senhas desses aplicativos para testá-las nos bancos.

Para minimizar riscos, é preferível utilizar os aplicativos da instituição financeira pelos smartphones, em vez de utilizar o internet banking nos computadores, pois os smartphones são mais seguros e os aplicativos são atualizados com maior frequência; é essencial manter a versão mais atualizada dos aplicativos, já que quaisquer vulnerabilidades encontradas nos aplicativos antigos são corrigidas nas novas versões.

As redes Wi-Fi públicas oferecem altos riscos para transações bancárias, pois, geralmente, a segurança dessas redes é insuficiente para impedir o acesso de invasores, tornando fácil a interceptação de informações e o roubo de dados. Se precisar utilizar redes públicas, recomenda-se conectar-se a uma Rede Privada Virtual – VPN, pois ela criptografa as informações transmitidas, dificultando a interceptação de dados; sugere-se usar dispositivos próprios, evitando o uso de computadores em lan houses e de terceiros, já que não é possível assegurar a segurança desses equipamentos.

Por fim, ao adotar as práticas seguras acima em conjunto, reduzirá significativamente o risco de terceiros acessarem suas contas e poderá desfrutar com tranquilidade de todos os benefícios que a tecnologia bancária proporciona.

Edgar Bispo dos Anjos é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected] 

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