Consultório Financeiro

Como saber se uma corretora de valores é segura?

CVM e Anbima são fontes de informação sobre autorização para atuação no mercado e aderência a boas práticas

Marcela Cabral, CFP®, responde:

Como identifico se uma corretora/distribuidora de investimento é segura para investir meu dinheiro?

Vimos nos últimos anos o número de investidores pessoa física na Bolsa crescer consideravelmente. Segundo a B3, Bolsa de Valores oficial do Brasil, mesmo com o cenário atual de incertezas globais e alta volatilidade, o número de pessoas físicas investindo na Bolsa cresceu 35% entre o 3º trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022. Hoje somos 4,6 milhões de CPFs inscritos na B3 e representamos 16% de todo o volume de negociação do mercado à vista.

Sua preocupação de identificar uma corretora/distribuidora segura é muito pertinente nos dias atuais dado que, com o crescimento do mercado de capitais no Brasil, vimos também o aumento do número de pessoas que sofrem diariamente golpes financeiros de diversas modalidades. Ter a confirmação e a tranquilidade de investir em uma empresa autorizada é de extrema importância.

Com o objetivo de fiscalizar, regular e desenvolver o mercado de capitais no Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) foi criada em 1976. Desde então, toda corretora e distribuidora de investimento precisa ter a autorização da CVM para operar no país. As instituições devem seguir as instruções da CVM que estabelecem as normas e os procedimentos a serem adotados na conferência, execução e formalização dos investimentos.

Além da CVM, em 2009 foi criada a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), com o objetivo de representar as empresas do mercado financeiro, autorregular, informar e educar. A ANBIMA também oferece capacitação a profissionais e investidores por meio de certificações como CPA 10, CPA 20, entre outras. Vale a pena conferir o conteúdo e, quem sabe, se tornar um investidor certificado.

Para ter segurança sobre se uma corretora/distribuidora tem autorização para atuar no mercado financeiro brasileiro, é importante consultar a CVM. Para saber se ela segue o código de boas práticas, a consulta é feita à ANBIMA. Ambas disponibilizam em suas páginas da internet uma busca com todas as instituições regulamentadas.

É válido ressaltar que o planejamento financeiro é essencial para conquistar sonhos e uma vida futura mais tranquila. E um dos pilares do planejamento financeiro é o processo de conhecimento do seu perfil como investidor. Ao investir, é importante que você tenha ciência dos tipos de investimentos que melhor lhe atenderão e não se exponha a riscos que não está disposto a correr.

Os perfis são divididos entre conservador, moderado e arrojado de acordo com seu conhecimento, o prazo de investimento e os objetivos. Todas as instituições regulamentadas devem solicitar a resposta ao questionário de análise de perfil e são obrigadas a manter o perfil do cliente atualizado. O sistema alerta caso sua carteira esteja acima do perfil determinado, sendo necessário assinar um termo de ciência de desenquadramento de risco.

Por meio das corretoras é possível investir tanto no mercado de ações quanto em mercados de renda fixa, Tesouro Direto, BDR, Fundos Imobiliários, Fundos de Investimento, entre outros. Aproveite as opções de educação financeira disponíveis gratuitamente nos sites das instituições financeiras, da ANBIMA e de reguladores para adquirir mais conhecimento e melhorar seus investimentos e seu planejamento.

Marcela Cabral Torres é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Email: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 24 de janeiro de 2023.

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