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Viajo para o exterior no final do ano: compro moeda (dólar ou euro) agora?

Especialista explica qual é a melhor estratégia financeira para quem vai viajar e precisa comprar moeda estrangeira.

Rogerio de Almeida Vergueiro Saltes CFP®, responde:

Ao pensar nesse sonho, que é um dos mais presentes nos planejamentos pessoais e familiares, depara-se com o dilema: quando começar a comprar a moeda do local de destino da viagem? Para dificultar o processo de decisão, obstáculos culturais aumentam o nível de dificuldade da decisão.

O planejamento financeiro pressupõe antecipar eventos, preparando-se de forma a não ter surpresas quando eles ocorrerem. Ou, em outras palavras, alcançar o objetivo de forma tranquila. Nesse caso, o evento é o sonho e não as notícias nem os acontecimentos até que ele se concretize.

Para mitigar o risco e evitar as surpresas é recomendável observar um dos fundamentos do planejamento financeiro, que é o orçamento. Ou seja, é importante, com antecedência, definir e pesquisar local de hospedagem, companhia aérea ou transportes envolvidos, gastos de alimentação, tickets, limite de compra de presentes e lembranças, seguros-viagem e saúde. Com essas informações em mãos, elabore um orçamento conservador, isto é, faça uma estimativa com margem adicional.

Com o valor total identificado e o prazo até a data da viagem definido, duas perguntas surgirão: 

1. Os recursos necessários já estão disponíveis ou a reserva necessária para cobrir esse orçamento precisará se constituir ou ser complementada? 

2. Como gerir essa reserva até os pagamentos ocorrerem?

Começando com o dilema original, é importante definir a quantidade de moeda a levar, seja ela qual for. Identificado esse montante, é recomendável dividi-lo pelo número de meses até a viagem e comprar mensalmente essa quantia de moeda, mitigando o risco de qualquer incerteza que possa ocorrer no período. Isso porque definir o melhor momento de compra de moeda estrangeira é uma tarefa na qual até mesmo os melhores economistas podem errar.

Quanto aos demais valores a serem gastos, o melhor a fazer é tentar antecipar a contratação/compra do que for possível, com pagamentos parcelados que não tenham juros/encargos. Se isso não for possível, dependendo do montante a ser gerido, alternativas de investimentos atrelados ao dólar, como fundos cambiais, mesmo que o local de destino tenha outra moeda como referência, podem ser uma boa solução. Mas fica o alerta: cuidado com ativos como ETFs (Exchange Traded Funds), fundos que replicam índices e em alguns casos são atrelados ao dólar ou a outras moedas, com ativos de renda variável. Eles trazem um risco extra que pode comprometer os seus planos, por isso essa alternativa pode ser considerada caso a viagem dos sonhos tenha um prazo acima de cinco anos para ocorrer. 

Fatores que podem trazer incertezas refletidas nos preços de ativos do mercado sempre ocorrerão. O importante é ter um bom plano e, principalmente, ter ao seu lado um Planejador Financeiro Pessoal, que poderá ajudar você na elaboração do plano e orientar não somente nesses momentos, mas em toda a jornada de suas finanças pessoais, a alcançar os seus sonhos e objetivos, com uma longevidade tranquila e, finalmente, a tão sonhada liberdade financeira.

Rogerio de Almeida Vergueiro Saltes é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: r[email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. 

Texto publicado na Revista Época em 28 de janeiro de 2023.

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