Consultório Financeiro

Investir por conta própria ou sob orientação?

Vinícius Pires, CFP®, responde:

Prezado(a) leitor(a),

Atualmente, há diversas informações disponíveis sobre investimentos, o que pode causar certa confusão e levar o investidor a investimentos que não são adequados ao seu perfil ou momento de vida. Há algumas recomendações para ajudá-lo neste início de jornada.

O primeiro passo é constituir uma reserva de emergência. Essa reserva de emergência é um recurso que você deve ter aplicado para cobrir eventuais despesas não programadas, como uma perda de renda inesperada, uma doença na família ou qualquer outro grande imprevisto para o qual você não estava preparado. Essa reserva de emergência precisa estar aplicada em investimentos com liquidez imediata, tais como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com liquidez diária, Tesouro Selic ou Fundos DI com liquidez diária e com classificação de “risco muito” baixa. O valor a ser constituído na reserva de emergência varia de pessoa para pessoa. Geralmente, recomenda-se que a reserva de emergência tenha o valor aplicado equivalente a entre 3 e 12 meses da média das despesas mensais.

O segundo passo é conhecer e definir o seu perfil de investidor. Isso é necessário para identificar qual o seu grau de tolerância aos riscos envolvidos ao investir e qual o seu conhecimento sobre o mercado financeiro.

Em geral, podemos dividir os investidores em três perfis:

Investidor Conservador: é o investidor que possui grande aversão a perdas. Prefere aplicações com baixo risco e precisasaber o quanto ganhará em cada investimento.

em cada investimento.

Investidor Moderado: esse investidor aceita um pouco mais de risco numa fração dos seus investimentos em busca de maiores retornos com as aplicações. 

Investidor Agressivo ou Arrojado: aceita correr maiores riscos em seus investimentos em troca de retornos maiores, mesmo que isso implique retornos negativos no curto prazo.

Esse perfil não é imutável. Pelo contrário, ele varia com o tempo e com a experiência que o investidor vai adquirindo ao aplicar os seus recursos.

Outro aspecto importante ao investir é definir seus investimentos por objetivos e prioridades. Esses objetivos podem ter horizontes de curto, médio ou longo prazo. Como exemplos, você pode separar seus investimentos em investimentos para aposentadoria, investimentos para a compra de um imóvel ou carro, investimentos para fazer um intercâmbio e/ou investimentos para a faculdade dos seus filhos. Ter objetivos ao investir ajuda o investidor a ter disciplina para poupar ao longo do tempo.

Tome cuidado com investimentos que prometem retornos muito altos em um curto espaço de tempo sem informar os riscos envolvidos. Há uma relação entre risco, retorno e liquidez nos investimentos. O que todo investidor busca são retornos altos, com baixo risco e liquidez imediata, caso precise dos recursos. Porém, em tese, só podemos combinar, no máximo, dois dos fatores acima, em detrimento do terceiro. Para obter maiores retornos nas aplicações, é necessário aceitar correr maiores riscos e/ou abrir mão de liquidez. É importante ter isso em mente para evitar cair em golpes ou entrar em pirâmides financeiras, evitando assim ter prejuízos.

Por fim, vale a pena avaliar a possibilidade de contratação de um profissional qualificado para auxiliá-lo no início desta jornada. Um bom planejamento financeiro propiciará que você realize seus sonhos ao longo da vida.

Boa sorte.

Vinícius Pires de Souza é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 20 de novembro de 2023.

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