Consultório Financeiro

Seguro complementa previdência na ausência de provedor

Tenho 40 anos, sou casado e tenho dois filhos pequenos. Estou preocupado com a segurança financeira de minha família no caso de algum imprevisto comigo. O que seria melhor: um seguro de vida ou um plano de previdência?

Willians Garcia, CFP, responde:

Prezado leitor,

Primeiramente quero parabenizá-lo pela nobre e também estratégica decisão. Realmente, os imprevistos, como a falta do familiar gerador de renda, podem acontecer e interromper o planejamento familiar, assim como a conquista de objetivos em comum, como a educação dos filhos, aquisição de bens ou viagens. O seguro de vida e o plano de previdência são instrumentos importantes e complementares no planejamento financeiro e sucessório. Você deve dimensionar quais serão os valores necessários para suprir cada uma das necessidades acima.

O seguro de vida é recomendado para que a família tenha os recursos para seus objetivos na falta do gerador de renda. Neste aspecto, podemos citar as dívidas, custos do inventário e demais objetivos para os quais ainda não há reserva financeira, como a educação dos filhos e a manutenção do fluxo de caixa da família por um tempo determinado. Com a criação de uma reserva, que pode ser feita por meio de planos de previdência, a necessidade do seguro diminui.

Inicialmente é necessário realizar uma análise de sua situação patrimonial e financeira. É o momento de listar seus bens (carro, casa, investimentos financeiros), dívidas (empréstimos pessoais, financiamento de carro ou imóvel) e qual a sua renda familiar. Deve-se também especificar todas as suas despesas e, enfim, chegar ao seu fluxo de caixa. É preciso saber também se você contribui para previdência oficial (INSS) e qual modalidade utiliza para sua declaração anual de imposto de renda (completa ou simplificada).

Com esse panorama é possível realizarmos simulações com os dois produtos, identificando suas coberturas e condições, assim como o valor de comprometimento (mensal, semestral, anual) mais adequado para a sua situação.

No plano de previdência, você primeiramente deve escolher a melhor modalidade (VGBL ou PGBL) e a tributação (regressiva definitiva ou progressiva compensável). Depois, devemos escolher a periodicidade de contribuição (mensal, semestral, anual ou esporádica). Nos planos de previdência, também existem alguns benefícios que se assemelham a um seguro de vida, no qual você precisa fazer o pagamento específico para cada cobertura, além das contribuições para formar sua reserva no plano. Os benefícios mais comuns são a pensão ao cônjuge ou companheiro (a), pensão aos filhos menores de 21 anos e pecúlio por morte.

Já no seguro de vida, você paga um valor geralmente mensal (prêmio), o qual é calculado de acordo com sua idade atual, sua capacidade financeira e com as coberturas que deseja. As principais coberturas de um seguro de vida são por morte natural ou acidental, invalidez permanente total ou parcial por acidente e antecipação de benefício por doença terminal, além de outras assistências.

É importante ressaltar que o apoio de um planejador financeiro certificado ou um especialista é indispensável antes de você tomar qualquer decisão sobre o tema. Espero ter contribuído com elementos importantes para sua tomada de decisão. Após a melhor escolha e a efetiva contratação das proteções mais adequadas, você poderá viver com mais tranquilidade com relação ao assunto e planejar a conquista dos seus sonhos e objetivos junto com sua família.

Willians Garcia é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). Email: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 22 de agosto de 2016.

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