Tenho vontade de entrar na Bolsa, qual melhor maneira?
“Tenho vontade de entrar na Bolsa de Valores, mas não sei nem sequer o que é uma ação. O que é recomendado para mim? Qual o conhecimento básico que eu deveria ter? Até quanto posso investir em ações?”
Rozana Ventura, CFP ®, responde:
O primeiro passo para quem quer começar a investir na Bolsa de Valores é buscar informações e estudar sobre este tipo de investimento. A Bolsa desperta muito interesse pelo seu dinamismo e potencial de ganhos. Porém, como em qualquer outro tipo de investimento, é necessário que o investidor tenha conhecimento sobre os mecanismos deste mercado.
Para aqueles que estão começando, as alternativas mais indicadas são os Fundos de Investimento em Ações, onde a tarefa de escolher boas empresas fica a cargo de um profissional, o gestor do fundo. Outra opção são os Fundos de Índices, conhecidos como ETFs. Através destes fundos o investidor compra uma cesta das ações mais relevantes do mercado. Estas seriam as melhores formas de se familiarizar com o mercado de renda variável.
Resumidamente, a Bolsa de Valores é um grande mercado onde investidores compram e vendem ações a todo momento. As ações representam frações de empresas e quando o investidor compra tais ações, ele se torna sócio daquela companhia.
Escolher boas ações para compor a carteira de investimentos, requer uma análise cuidadosa sobre o futuro daquela empresa. Afinal, o investidor está entrando em um negócio, e como sócio deve julgar se o empreendimento será lucrativo ou não.
Outro ponto importante, é definir qual é o perfil do investidor, bem como os objetivos financeiros. Para um investidor cujo objetivo seja geração de renda, escolher empresas boas pagadoras de dividendos é o caminho mais comum. Para aqueles que desejam valorização rápida de capital, empresas menores podem oferecer boas oportunidades de lucro, mesmo que não distribuam os lucros em forma de dividendos. Quando falamos de investimento em ações, o mais importante é ter uma visão de longo prazo e não se deixar influenciar por desvalorizações pontuais.
Ao contrário do que muitos acreditam, começar a investir na Bolsa de Valores não exige uma grande quantia de recurso financeiro. É possível começar devagar, comprando algumas ações, ou cotas de fundos como mencionado anteriormente. O acesso a este mercado foi muito beneficiado com a crescente concorrência entre as corretoras de valores, fazendo com que os custos de operar ações caíssem. Hoje algumas corretoras têm custo zero para comprar e vender ações.
Outro mito comum é o de que a Bolsa de Valores é um cassino. O mercado de ações tem sim riscos envolvidos, porém é possível minimizá-los. Os preços flutuam conforme as condições da economia, dos setores e da própria empresa. Por este motivo, a diversificação através da compra de diferentes ações sempre é recomendada. É a velha história de não colocar todos os ovos numa cesta só.
Com relação a quanto se deve investir em ações, isto irá depender muito do perfil de cada investidor. Para perfis conservadores, o recomendável é ter uma parcela pequena, entre 5% e 10% do capital. Investidores mais arrojados podem manter parcelas maiores do total de investimentos em ações.
Um guia prático para quem quer começar a investir em ações:
- Estude sobre economia e o mercado financeiro. Acompanhe notícias através dos principais jornais e portais de finanças;
- Conheça outros veículos de investimentos em ações, como Fundos de ações e ETFs;
- Conheça bem o seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros;
- Entenda quais são as perspectivas para o futuro da empresa e para o setor do qual ela faz parte;
- Revise periodicamente a carteira, pois a economia e as empresas mudam. Seja paciente. Bons Investimentos!
Rozana Ventura é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]
Texto publicado no jornal Valor Econômico em 14 de outubro de 2019