Consultório Financeiro

Vale a pena investir em imóveis para aluguel?

Hellen Vidal, CFP®, responde:

Está pensando em comprar um imóvel para alugar e diversificar seu portfólio de investimentos? A decisão dependerá de suas circunstâncias pessoais, mas, para ajudá-lo, este artigo abordará algumas vantagens e desafios em se tornar um proprietário.

De acordo com o FipeZAP (2024), o Índice FipeZAP de Locação Residencial, que foi desenvolvido em parceria pela Fipe e pelo ZAP, é um índice de preços de imóveis residenciais e comerciais com abrangência nacional, acompanhando o preço médio de locação de apartamentos prontos em 25 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet. O índice registrou alta de 1,38% no aluguel residencial em abril e, incorporando os resultados mais recentes no cálculo, passou a acumular uma valorização de 14,84% nos últimos 12 meses.

Comparativamente, o comportamento do índice nesse recorte temporal se manteve acima das variações acumuladas pelo IPCA/IBGE (+3,69%) e pelo IGP-M/FGV (-3,04%). Imóveis com um dormitório se valorizaram bem acima da média nesse intervalo (+18,21%), contrastando com o aumento relativamente menor entre unidades com três ou mais dormitórios (+13,45%). Em termos de abrangência geográfica, todas as 25 cidades que integram a cesta do índice registraram valorização do aluguel nos últimos 12 meses, incluindo 11 capitais: Curitiba (+20,98%); Goiânia (+20,20%); Brasília (+19,29%); Florianópolis (+16,07%); Recife (+15,54%); Porto Alegre (+15,46%); Rio de Janeiro (+14,81%); Salvador (+14,35%); Fortaleza (+13,95%); Belo Horizonte (+13,19%); e São Paulo (+12,59%).

Algumas vantagens que se pode ter são, por exemplo, a renda passiva, em que o aluguel mensal gera renda constante, complementando sua renda principal ou servindo como fonte de renda principal; a valorização do imóvel, pois com o tempo o valor do imóvel tende a aumentar, tornando o investimento mais seguro contra a inflação; a diversificação de investimentos, pois investir em imóveis diversifica seu portfólio, reduzindo os riscos e aumentando a segurança financeira. Além disso, trata-se de um patrimônio tangível, em que você investe em um bem físico, criando um patrimônio sólido e tangível.

Vale destacar alguns desafios a serem considerados: investimento inicial elevado, pois a compra de um imóvel exige um aporte financeiro inicial significativo, incluindo entrada, impostos e taxas; gestão ativa, pois ser proprietário exige tempo e esforço para gerenciar o imóvel, lidar com inquilinos, reparos e manutenções; e baixa liquidez, pois vender um imóvel pode levar tempo, dificultando o acesso rápido ao dinheiro em caso de necessidade. Temos que considerar também o risco de vacância e inadimplência, que podem gerar perdas de renda. Alguns custos contínuos adicionais para considerar são: impostos, seguros, reformas e manutenções.

Embora comprar um imóvel para alugar seja uma opção tradicional, vale considerar outras alternativas, como os fundos imobiliários. Eles oferecem uma forma acessível e conveniente de investir no mercado imobiliário. Investir em imóveis exige uma gestão ativa, não possui liquidez imediata, demanda um investimento inicial elevado e há tributação sobre o aluguel.

Já a compra de cotas de fundos imobiliários proporciona acesso facilitado ao mercado imobiliário, liquidez e gestão profissional. Cada dono de cotas recebe um valor dos aluguéis de forma proporcional, sendo esse o rendimento do fundo. Além da renda periódica, o investidor também pode obter lucro ao vender as cotas por um valor superior ao preço de compra.

Por fim, avalie seus objetivos financeiros, perfil de risco e disponibilidade de tempo antes de tomar uma decisão. Considere as vantagens e os desafios abordados neste artigo, veja o que funciona melhor para você e busque sempre a ajuda de profissionais qualificados!

Hellen Vidal é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 26 de Agosto de 2024

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