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Como começar a investir em criptomoedas?

Você pode incluir essa estratégia em seu portfólio por meio de fundos de investimento, ETFs, exchanges, corretoras ou bancos digitais

Por Janaína Mocelin, CFP®

Investir em moedas digitais tem ficado cada vez mais acessível. Atualmente, há diversas formas de incluir esses ativos em sua carteira de investimentos. O importante é entender as características e estratégias de cada uma delas para poder decidir qual a mais aderente ao seu perfil e aos seus objetivos.

Você pode incluir essa estratégia em seu portfólio por meio de fundos de investimento, ETFs, exchanges, corretoras ou bancos digitais.

Vamos falar um pouco de cada uma dessas opções:

– Fundos de investimento: estão disponíveis para compra de cotas por meio das corretoras. Possuem uma regra* de exposição máxima de 20% em criptos e 80% em renda fixa, o que pode ser uma boa forma para iniciar esse tipo de investimento, podendo, assim, acompanhar e entender um pouco mais desse mercado e da volatilidade presente. O mais comum é que as alocações sejam feitas nas principais moedas digitais do mercado (Bitcoin e Ethereum, por exemplo). Vale ressaltar que o fato de se ter uma maior alocação em renda fixa reduz o impacto de uma queda nos valores das moedas, mas também limita os ganhos nos momentos de valorização.

*Para investidores qualificados (acima de R$ 1 milhão investido) ou investidores profissionais (mais de R$ 10 milhões investidos no mercado financeiro), a exposição pode chegar a 100% em criptomoedas.

 ETFs (Exchange-traded fund): fundo de investimentos com duas principais características: é negociado na Bolsa de Valores e possui uma gestão passiva (seu objetivo não é superar um índice, e sim acompanhar o índice). Na B3, são encontrados ETFs com duas estratégias diferentes: 100% investido em uma criptomoeda, como é o caso da BITH11, que replica o retorno do Bitcoin; ou uma cesta diversificada com várias criptos, caso da HASH11, que replica o NCI (Nasdaq Crypto Index), que é um índice composto pelos principais ativos digitais, escolhidos conforme desempenho e aceitação do mercado. Comparando com os fundos de investimento tradicionais, aqui, estamos falando de uma exposição total, o que tende a ter uma volatilidade bem superior.

– Exchange: são as corretoras de moedas digitais. Há centenas pelo mundo e, para escolher qual utilizar, é importante realizar, antes, uma pesquisa para conhecer um pouco mais sobre o assunto e, assim, decidir. Seguem algumas sugestões de pontos a serem analisados: há quanto tempo a corretora está operando; se já teve problemas com hackers; se tem reclamações dos usuários (pesquisar no site Reclame Aqui); e quais moedas negociam. Por meio das exchanges, você terá acesso a uma variedade maior de moedas digitais, e não só às mais negociadas.

– Corretoras e Banco Digital: XP, BTG e Nubank já possuem a opção de compra de criptomoedas diretamente em suas plataformas. A diferença, comparando com as exchanges, é que nesses casos são disponibilizadas as duas principais criptomoedas: Bitcoin e Ethereum.

As criptomoedas podem ser uma boa opção para compor uma carteira de investimentos e aumentar a diversificação, mas é muito importante entender que possuem risco e alta volatilidade. Por isso, é recomendado que se invista um pequeno percentual do seu patrimônio líquido.

Nem sempre o investidor tem o conhecimento necessário. Por isso, sugerimos que busque por um planejador financeiro que possa auxiliar nessas tomadas de decisão, identificar seu perfil de investidor, analisar as finanças pessoais, o patrimônio, e alinhar sua carteira de investimentos e retorno esperado com seus objetivos e sonhos. Diversificação é importante, mas, para que ela faça sentido, precisa ser avaliada, planejada e acompanhada.

*Janaína Mocelin é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

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Texto publicado na Revista Época em de 15 Agosto de 2023.

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