Consultório Financeiro

Como investir em diferentes classes de ativos?

Termo é usado para se referir a grupos de ativos com características comuns entre eles, como renda fixa, renda variável, imóveis e derivativos, entre outros

Lívia Paula, CFP®, responde:

Primeiramente, há de se entender que o termo “classe de ativos” é usado para se referir a um grupo de ativos formado por investimentos que tenham características comuns entre eles. Uma maneira de dividir os grupos de ativos é através das classes abaixo:

1) RENDA FIXA: ativos em que a remuneração e suas regras são conhecidas no momento da aplicação. Ex: Tesouro Direto, CDB, LCA.

2) RENDA VARIÁVEL: ou ações, são valores mobiliários emitidos por empresas de capital aberto listadas na bolsa de valores. Ao adquirir ações, o investidor se torna acionista minoritário da empresa e passa a ter alguns direitos, como, por exemplo, o recebimento de dividendos.

3) IMÓVEIS: a classe de ativos imobiliários inclui todas as aplicações no setor imobiliário, ou seja, tanto os fundos de investimento imobiliário (FIIs) quanto os imóveis físicos se encaixam nessa classe.

4) MOEDAS: nessa classe estão incluídas diversas moedas, como euro, dólar, libra esterlina, até criptomoedas. Com exceção das criptos, as moedas têm oscilações cujos resultados vêm da lei da oferta e demanda e dos impactos da política econômica de cada país.

5) COMMODITIES: as commodities são ativos concretos com baixo valor agregado e essenciais para o funcionamento do país. Podem ser de vários tipos, como pecuária, agrícola e minerais.

6) DERIVATIVOS: são os ativos que derivam de outros ativos, tendo seu desempenho afetado pela performance dos ativos atrelados. Alguns exemplos de derivados são os contratos futuros e as opções.

Dessa maneira, a intenção em categorizar os ativos em classes é facilitar o entendimento do seu funcionamento e organizar a escolha de investimento respeitando os fatores que elencamos abaixo:

1. Defina o seu objetivo financeiro, que pode ser: crescimento do capital, criação de renda passiva ou preservação de capital. Isso ajudará a determinar quais classes de ativos são mais adequadas para você.

2. Faça testes de perfil de risco: avalie sua tolerância ao risco, pois diferentes classes de ativos têm níveis de volatilidade e potencial de retorno variados. Investimentos em ações e commodities, por exemplo, tendem a ser mais arriscados do que investimentos em títulos ou imóveis.

3. Diversificação: considere a diversificação da sua carteira, distribuindo seus investimentos em vários ativos. Isso pode ajudar a reduzir o risco geral, pois diferentes ativos podem ter desempenhos diferentes em condições de mercado.

4. Vislumbre um horizonte de tempo: determine o período pelo qual você pretende manter seus investimentos.

5. Leia sobre análise de mercado: considere fatores econômicos, políticos e tendências de mercado ao tomar decisões de investimento.

6. Sempre calcule custos e liquidez: avalie os custos associados a cada classe de ativos, incluindo taxas de corretagem, custódia e impostos. Leve em consideração a liquidez dos ativos, ou seja, a facilidade com que você pode comprar ou vender um investimento.

Esses são os fatores mais importantes a serem considerados ao investir em diferentes classes de ativos. É sempre aconselhável procurar orientação de profissionais qualificados e planejadores financeiros antes de tomar decisões de investimento.

Lívia Paula é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]  

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]


Texto publicado no jornal Valor Econômico em 28 de Agosto de 2023.

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