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Qual a melhor opção para a previdência privada?

A previdência privada, por si só, já é uma excelente opção de investimento. Porém, antes de buscar saber em qual investir, é preciso conhecer características importantes para uma melhor escolha

Por Marcus V. Novais, CFP®

A previdência privada, por si só, já é uma excelente opção de investimento. Porém, antes de buscar saber em qual investir, é preciso conhecer características importantes para uma melhor escolha.

Atualmente, a previdência privada possui duas modalidades: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). O primeiro é mais indicado para pessoas que fazem a declaração de Imposto de Renda completa, e o segundo é mais indicado para quem entrega a declaração de Imposto de Renda simplificada, pois no caso do PGBL é permitido deduzir até 12% da base de cálculo do IR, pagando-se um imposto menor e, em alguns casos, tendo direito até a uma possível restituição.

Lembrando que, para poder usar os benefícios fiscais do PGBL, o investidor tem de estar em dia com as contribuições do INSS ou ser aposentado e declarar o imposto no modelo completo.

Há outra diferença a ser considerada entre o PGBL e o VGBL: na hora do resgate, o imposto, no caso do PGBL, é sobre o total (capital aplicado + rendimentos); já no VGBL, é apenas sobre os rendimentos no momento do resgate.

Dentro da previdência, você poderá também escolher qual tabela de tributação será mais adequada no momento da contratação: a tabela definitiva ou a compensável. Em geral, para quem tem objetivo de longo prazo, a tabela definitiva pode ser uma alternativa eficiente, pois a alíquota de imposto começa em 35% e vai reduzindo, a cada dois anos, até chegar a 10% após 10 anos – atualmente, a menor alíquota de Imposto de Renda entre os investimentos tradicionais no Brasil. Já a compensável tem um imposto fixo independente do prazo investido, que vai de zero até 27,5%. O que irá determinar a alíquota final será a renda que você terá no ano em que fizer as retiradas.

Além disso, na previdência privada, paga-se o Imposto de Renda apenas no momento do resgate ou do usufruto do recurso, ao contrário dos investimentos tradicionais, como os fundos, que possuem antecipação de imposto duas vezes ao ano (come-cotas), e os CDBs, que têm liquidação no vencimento, gerando o pagamento do imposto.

Por meio de plataformas de investimento de bancos e corretoras, é possível ter acesso a fundos de previdência de diversos perfis, de conservadores a agressivos, assim como a modalidades de renda fixa, multimercados e ações.

Outro fator importante são os custos de administração, que nada mais são do que a remuneração que deverá ser paga ao gestor do fundo para ele gerir o seu capital. Essas taxas podem variar de fundo para fundo.

As taxas que podem ser cobradas em um fundo de previdência privada são: taxa de administração e taxa de carregamento. Esta última pode ser cobrada tanto na entrada quanto na saída. Porém, não tem sido comum a cobrança de carregamento por parte da maioria das instituições atualmente.

Uma análise apurada das taxas antes de se aderir a um plano de previdência privada é importante, pois elas podem inviabilizar uma boa rentabilidade no decorrer do tempo.

A Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) disponibiliza em seu site (www.anbima.com.br) um comparador no qual você pode consultar, por meio do nome ou do CNPJ do fundo de previdência, todas as informações, não somente sobre as taxas cobradas, mas também sobre as características e a performance do fundo de previdência.

A definição dos objetivos também será determinante para a escolha do plano correto de previdência privada, pois, a depender da meta, você poderá compor seu plano com um perfil conservador ou agressivo.

Um exemplo de objetivo pode ser a aposentadoria, ou seja, uma renda complementar no futuro. Nesse item, quanto mais cedo você começar, menor será o valor a desembolsar. Outros exemplos: o planejamento para o futuro dos filhos, pensando em uma faculdade; a aquisição de bens, como carro ou apartamento; ou até uma renda complementar ou planejamento sucessório, com a finalidade de trazer segurança financeira para a família. Nesses momentos, sabemos o quanto é difícil uma reestruturação financeira após uma grande perda, ainda mais quando o investidor é o principal provedor de renda. Alguns estudos indicam que uma reestruturação financeira familiar após a falta do principal provedor de renda pode levar de três a cinco anos, em média.

Tendo em mente esses principais pontos, você já terá um caminho para a escolha de um plano de previdência privada. É aconselhável conversar com um planejador financeiro certificado, que ajudará em uma melhor tomada de decisão.

*Marcus V. Novais é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Email: [email protected]

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Texto publicado na Revista Época em de 22 Agosto de 2023.

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