Fiagros registraram maior captação líquida no mês de abril segundo a Anbima. Como investir nesses fundos?
Por Thaís Maiochi de Oliveira, CFP®
Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, popularmente conhecidos como Fiagros, registraram um notável crescimento de 9,1% no mês de abril, alcançando a impressionante marca de R$ 7,6 bilhões, conforme relatado no boletim mensal da B3.
Os Fiagros são ativos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde 2021 e são negociados na bolsa de valores. Esses fundos possuem uma dinâmica semelhante à dos fundos imobiliários, sendo que seus recursos são direcionados para ativos relacionados ao agronegócio, com o objetivo de financiar as cadeias produtivas desse setor. Dentre as opções de investimento, destacam-se a aquisição de certificados de recebíveis, compra, aluguel e desenvolvimento de imóveis rurais, cotas de fundos que investem no agronegócio, direitos creditórios de imóveis rurais, ações de empresas do setor e outros ativos ligados às atividades agropecuárias.
Os Fiagros se dividem em três principais categorias: Fiagro-FIDC, que investe em direitos creditórios; Fiagro-FIP, que investe em empresas envolvidas na cadeia agroindustrial; e Fiagro-FII, que investe em propriedades rurais, Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
Esses fundos estão disponíveis para aquisição por meio de corretoras e representam uma excelente forma de diversificação de investimentos, com um baixo valor inicial para aporte. Além disso, oferecem renda mensal por meio dos proventos, os quais são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Os Fiagros contam com gestão profissional e possuem uma ampla diversificação por meio dos fundos. No mês de abril, foram registrados mais de 60 mil negócios relacionados a esses fundos na B3, o que demonstra sua alta liquidez.
É importante destacar que, em caso de ganho de capital, há uma incidência de 20% de Imposto de Renda na venda das cotas desses fundos.
Considerando a expressiva representatividade do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do país, os Fiagros tornam-se uma classe de ativos atrativa para diversificação do portfólio de investimentos e adequação do planejamento financeiro pessoal. Essa classe de ativos permite aos investidores participarem do crescimento do setor agrícola, aproveitando as oportunidades do mercado agroindustrial.
Atualmente, existem 32 Fiagros listados na B3, ou seja, são diversas opções aos investidores interessados nessa modalidade de investimento. Cada um desses Fiagros possui características e estratégias de investimento específicas, permitindo aos investidores escolherem aqueles que melhor se adequam aos seus objetivos e perfil de risco.
Antes de investir, é fundamental conhecer seu perfil de investimentos e prazo. Os Fiagros são fundos de renda variável, e os preços das cotas podem oscilar conforme a oferta e a demanda do mercado. Recomenda-se a consulta a um planejador financeiro, pois esse profissional poderá auxiliar na análise do seu perfil, no planejamento estratégico de seus investimentos.
Portanto, os Fiagros surgem como uma oportunidade interessante para os investidores diversificarem suas carteiras e aproveitarem o potencial do agronegócio brasileiro.
Com uma gestão profissional e diversificação de ativos, esses fundos podem contribuir para o alcance dos objetivos financeiros de longo prazo. É importante estar atento às particularidades de cada Fiagro e buscar informações junto a especialistas antes de tomar qualquer decisão de investimento.
Thais Maiochi de Oliveira é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP®️ (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Entre em contato através do e-mail: [email protected]
As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]
Texto publicado na Revista Época em de 20 Setembro de 2023.