Fundo de investimento aberto e fechado: qual a diferença?
Débora Maria de Souza, CFP®, responde:
Os fundos de investimento são instrumentos financeiros que possibilitam aplicar recursos coletivamente e conferem a todos os cotistas os mesmos direitos e deveres, facilitando o acesso de muitos investidores a papéis mais sofisticados e permitindo a diversificação da carteira com exposição a diferentes tipos de ativos. As estratégias contam com a expertise de gestores qualificados, que tomam decisões de investimento com base em análises e pesquisas detalhadas. As cotas dos fundos representam uma fração do total do patrimônio, os ativos ficam registrados no CNPJ do próprio fundo, o que protege o capital investido nele de eventuais problemas financeiros da instituição que o oferecem, sendo regulados e padronizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
É extremamente importante estar atento aos riscos envolvidos, como os riscos de mercado (fatores que podem impactar os ativos da carteira do fundo), de crédito (ligados ao emissor dos ativos adquiridos pelo fundo) e de liquidez (possibilidade de não conseguir resgatar o dinheiro quando necessário). Pensar em todas essas questões pode parecer um pouco entediante, mas é fundamental para que você possa encontrar o tipo de fundo que melhor se adapta ao seu perfil de investidor e objetivo de vida. Vamos explorar as diferenças fundamentais para compreender as características do fundo: se é aberto ou fechado, a forma de negociação, mercado, emissão de cotas e tributação.
Os fundos abertos permitem que os cotistas solicitem o resgate de suas cotas a qualquer momento sem o consentimento da CVM. Em regra, os fundos abertos proporcionam aos cotistas a oportunidade de entrar e sair do fundo com facilidade. No entanto, o administrador poderá suspender novas aplicações a qualquer momento, desde que tal suspensão se aplique igualmente a novos investidores e cotistas atuais. Além disso, o administrador também poderá declarar o fechamento do fundo para resgates em casos excepcionais de iliquidez dos ativos financeiros da carteira, o que poderá ocorrer com pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez disponível ou que possam alterar o tratamento tributário do fundo. Nos fundos abertos, a gestão tende a ser mais ativa, permitindo aos gestores comprar e vender ativos conforme necessário para obter o melhor desempenho.
Já os fundos fechados possuem resgate de cotas ao término do prazo de duração do fundo ou sem data definida. Após o final do prazo de captação de recursos do fundo, não são aceitos novos cotistas nem novos investimentos dos cotistas atuais. Esses fundos não possuem liquidez imediata. As cotas são transferidas por negociação com autorização da CVM, e a emissão de novas cotas precisa ser aprovada pela assembleia de cotistas. A gestão dos fundos fechados pode ser mais estável e menos influenciada por movimentos de curto prazo do mercado, permitindo que os gestores se concentrem em estratégias de longo prazo, sem a preocupação com a entrada e saída frequente de investidores.
Resumidamente, a escolha entre fundos abertos e fechados dependerá das necessidades de liquidez e preferências individuais de cada investidor. Antes de investir, você precisa ler a lâmina do fundo, que contém todas as regras do investimento, incluindo os detalhes. É sempre recomendável buscar orientação de um profissional de sua confiança para auxiliá-lo antes de tomar decisões financeiras importantes.
Débora Maria de Souza é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. Email: [email protected]
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