Consultório Financeiro

Seguros: quais são importantes e quando contratar?

Tirando o caso do plano de saúde e do carro, sempre sinto que estou jogando dinheiro fora quando me falam para fazer um seguro. Queria saber, quais seguros realmente fazem sentido e em que situações.

Tatiana Felix Bauab, CFP®, responde:

A população de contratantes de seguros é muito heterogênea, com diferentes contextos de vida, idades, expectativas, situação financeira, capacidade e tolerância a risco. Desta forma, as seguradoras estão constantemente avaliando as necessidades do mercado e comercializando novos tipos de seguros.

Existem seguros que são direcionados para a recomposição de bens e outros para eventos inesperados em relação à vida, tais como, perda de renda, invalidez, sustento da família em caso de morte etc.

Não existe contratação de seguro certa ou errada. Existe seguro que faz sentido contratar, considerando o seu contexto de vida, e outros seguros que não fazem sentido. Por isso, é sempre importante você entender a sua situação financeira e o grau de exposição a riscos que está disposto a assumir.

Primeiramente, é importante você fazer uma autoavaliação a fim de compreender sua capacidade e tolerância ao assumir riscos antes de contratar um seguro. Uma boa forma de medir a capacidade de risco é refletir se, em caso de um sinistro (ex. roubo, invalidez, etc), você terá a capacidade financeira de recompor o bem sem comprometer seus objetivos e compromissos no curto prazo. Ou seja, geralmente quanto maior a reserva financeira de uma pessoa, maior a capacidade ao risco ela terá, pois mais recursos estarão disponíveis para reaver possíveis perdas. Esta é uma reflexão que deve ser feita caso a caso.

Na prática, compare o valor das prestações do seguro com o prejuízo que teria no caso de uma ocorrência e veja se você tem dinheiro para cobrir sozinho as despesas. Se não tiver, é melhor prevenir.

Muitas vezes, um indivíduo até tem capacidade de assumir riscos e bancar uma eventualidade, mas não se sente tranquilo e não dorme em paz quando observa que algo ruim pode acontecer de modo que sua segurança financeira fique abalada. Neste caso, pode-se dizer que ele não possui tolerância ao risco.

É importante também avaliar o seu contexto, idade e momento de vida para decidir sobre o que deve ou não ser segurado, por exemplo: Você possui dependentes? Se tiver filhos, já pensou em assegurar um nível de proteção a eles? Em caso de perda de renda, como arcará com as contas? Possui parentes que podem te ajudar, quando necessário?”

Existe outro fato que também sempre é preciso estar atento é de que o risco mais alto muitas vezes não é ter a perda do seu próprio bem, mas o dano que ele pode causar a terceiros. Afinal, atropelar uma pessoa e ter que pagar as despesas médicas pode sair bem mais caro do que repor o veículo. Escolher bem o que será coberto pelo seguro também pode fazer toda a diferença e às vezes este tipo de cobertura não é tão significativo em relação ao custo do seguro.

Com estas análises será possível você examinar os seguros que valerão a pena para você. Por fim, independente de contratar seguros, procure diversificar as maneiras de proteger as suas conquistas e previna riscos. Calcule o valor do seu patrimônio, pese os riscos e avalie bem aquilo que merece proteção com seguros. Além disso, procure poupar para ter reservas financeiras, faça seu planejamento financeiro e viva com tranquilidade. 

Tatiana Felix Bauab é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 08 de novembro de 2021

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