Consultório Financeiro

O planejador financeiro e o agente autônomo

“Qual a diferença entre um planejador financeiro e um agente autônomo? Um planejador pode me ajudar com investimentos também?”

Hugo Ferraz, CFP®, responde:

Caro Leitor,

Pela pergunta percebo que está em busca de ajuda profissional para decidir sobre seus investimentos. Isso é um bom sinal, pois o mercado está repleto de opções boas e ruins de investimentos, e não podemos brincar quando o assunto é dinheiro.

O planejador financeiro é um profissional multiespecialista que atua traçando estratégias financeiras para você e sua família. Sua atuação passa por diversas áreas, tais como administração de investimentos, gerenciamento de riscos, previdência complementar, seguros, planejamento financeiro, fiscal e sucessório. No que tange investimentos, ele trabalha no sentido de identificar seu perfil, suas disponibilidades e o quanto precisa poupar para atingir os objetivos, sejam eles uma viagem, aposentadoria, faculdade dos filhos, reservas de emergência, entre outros.

Já os agentes autônomos são profissionais que trabalham como prepostos, e sob a responsabilidade, de corretoras de títulos e valores mobiliários. Eles atuam na prospecção e captação de clientes, no recebimento e registro de ordens, transmissão das mesmas para os sistemas de negociação e na prestação de informações acerca dos produtos e serviços oferecidos pelas corretoras.

Porém, existem algumas atividades que estes profissionais não podem desempenhar e você deve estar atento a isso. As normas, atualmente em vigor, proíbem aos agentes de atuar em nome do cliente, como administradores de carteiras, dar recomendações sobre produtos, como analistas de valores mobiliários e atuar como consultores de valores mobiliários.

A principal diferença entre eles é que o planejador financeiro trabalha para você, enquanto o agente autônomo para a instituição a qual possui vínculo.

Atualmente, a profissão de agente autônomo é regulamentada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Para atuar, o profissional precisa ser credenciado por instituição autorizada pela CVM e estar vinculado a alguma corretora. Quem realiza o credenciamento é a Ancord – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias. No site da CVM, você encontra a relação dos agentes autônomos credenciados.

No que diz respeito ao planejador financeiro, esta atividade ainda não possui regulamentação e o profissional não precisa estar vinculado a nenhuma instituição. Porém, desde 2003, o IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros) emite o certificado CFP®, Certified Financial Planner, para profissionais que atuam na área. É uma boa forma de encontrar profissionais mais qualificados. No site do IBCPF você também encontra a relação dos profissionais certificados.

Finalizando, o planejador financeiro pode te ajudar com investimentos, mas não prestando consultoria sobre valores mobiliários. Sua ajuda é no sentido de identificar questões como: Quais as classes de ativos mais adequadas ao seu perfil? Quanto preciso poupar por mês para alcançar meus sonhos? A partir disso, ele traça seu plano de negócios. Ao executar este plano, com apoio e acompanhamento deste planejador financeiro, você pode contar também com o auxilio de um agente autônomo, caso queira investir através de alguma corretora. Ele estará apto a lhe fornecer todas as informações necessárias sobre os produtos que comercializa. Assim você terá subsídios para tomar a decisão mais correta.

Hugo Ferraz é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). E-mail: [email protected]m

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou do IBCPF. O jornal e o IBCPF não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para:

[email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 18 de abril de 2016

11