O profissional CFP® no Brasil e no mundo
Cada profissional tem sua visão e conceito, seus sonhos e objetivos, sua forma de enxergar o melhor modelo de negócios, nicho de mercado, escopo do atendimento, modelos de cobrança e tantos outros aspectos relevantes. O que, todavia, une todos os profissionais CFP® são, certamente, os padrões mínimos defendidos por todas as organizações e associados à marca, em especial, nos quesitos da certificação, educação (continuada) e da ética. A experiência e sucesso no exame, a esta altura, já podem ser considerados conquistas passadas.
A união também se percebe pelo senso de pertencer. Durante os Grupos de Estudo que venho organizando desde 2008 e demais contatos nos EUA, Europa e Ásia, ficou evidente o espírito essencialmente colaborativo e aberto ao compartilhamento de conhecimento.
Vale ressaltar que grande parte do desenvolvimento alcançado é devido ao empenho incomensurável e eficaz de centenas de voluntários nos mais diversos países.
O conceito de Planejamento Financeiro como uma prática profissional distinta teve seu início nos Estados Unidos, na década de 1970, com a introdução do programa de certificação CERTIFIED FINANCIAL PLANNER. Desde então, o conceito de Planejamento Financeiro cresceu para uma comunidade global de profissionais que trabalham nas diversas disciplinas em bancos, seguros, serviços de consultoria independente, com valores mobiliários e no Direito, incluindo boutiques especializadas até empresas multinacionais que empregam milhares de pessoas.
Alguns profissionais de planejamento financeiro vendem produtos financeiros; outros fornecem aconselhamento. Atualmente, existem quase 190.000 profissionais CFP® em 26 países. O número de pessoas que atuam como Planejadores Financeiros Pessoais sem certificação de excelência como CFP® só pode ser estimado… e parece ser grande.
Cada profissional tem sua visão e conceito, seus sonhos e objetivos, sua forma de enxergar o melhor modelo de negócios.
Ainda lutando pelo seu reconhecimento como profissão a exemplo do Direito e da Medicina, o Planejamento Financeiro precisa se adaptar à medida que as necessidades dos consumidores e a regulamentação em várias regiões evoluem. O desenvolvimento de conhecimento, habilidades, soluções e redes de apoio para ajudarmos clientes a alcançarem seus objetivos financeiros e de vida é um desafio contínuo. E, constantemente, surgem novos aspectos, como as finanças comportamentais, a inteligência artificial e uma multiplicidade de produtos e estruturas internacionais a serem considerados.
Para aqueles que se interessam pelo nascedouro da profissão e seu contexto histórico, sugiro o livro “The History of Financial Planning: The Transformation of Financial Services”, além de diversos artigos na internet que dão uma boa dimensão do alcance histórico de assuntos nos quais estamos frequentemente inseridos.
Exemplos:
– Sistema Financeiro:
https://www.robeco.com/docm/docu-summer-read-a-concise-financial-history-of-europe.pdf
– Sucessão:
https://www.ius.uzh.ch/dam/jcr:234be5ef-1bbd-488a-8d84-1fb5df55eb71/PanicoPrivateFoundationsandTrusts.pdf
– A História do Planejamento Financeiro Pessoal com Frankenberg:
https://www.youtube.com/watch?v=lrMJOSgI__E
O Brasil se enquadra entre os países com maior crescimento percentual de profissionais certificados nos anos recentes. Todavia, assim como o mercado mundial, ainda é muito carente em profissionais qualificados e genuinamente comprometidos com padrões unificados, como os do CFP®.
Há uma predominância nítida do sexo masculino na profissão(64%), menos evidente em países como China (44%) e Tailândia (42%). A maioria dos CFP® tem entre 35 e 44 anos. Essa faixa tende a ser mais elevada nos países onde a certificação se estabeleceu há mais tempo como Estados Unidos, Canadá, França e Nova Zelândia. 88% dos profissionais têm graduação acadêmica e dois terços têm mais de 10 anos de experiência na indústria financeira. Aproximadamente, 20% dos certificados trabalham de forma independente ou em firmas com 5 ou menos funcionários, e 50%, em empresas com mais de 300 funcionários. Segundo dados recentes, aproximadamente, 25% dos profissionais atendem menos de 50 clientes e outros 25% têm mais de 300 por CFP®.
As tarefas de Planejamento Financeiro indicadas como predominantes e de maior relevância global numa enquete respondida por mais de11 mil profissionais certificados são questões de balanço, orçamento e fluxo de caixa, gestão de ativos/investimento e o planejamento da aposentadoria. Mais detalhes em https://www.fpsb.org/wp-content/uploads/2016/01/Global-Practice-of-Financial-Planning-2014.pdf
Ainda lutando pelo seu reconhecimento como profissão, o Planejamento Financeiro precisa se adaptar à medida que as necessidades dos consumidores e a regulamentação em várias regiões evoluem.
Fazer com que o público final entenda a importância e os benefícios do processo de Planejamento Financeiro, além de como ele pode tornar sua vida melhor, é um desafio global e de todos que nele militam. A certificação tem o objetivo de ajudar os consumidores a identificar prontamente profissionais competentes e éticos que colocam os interesses dos clientes em primeiro lugar. O FPSB e entidades afiliadas, como a PLANEJAR, atuam no desenvolvimento dos padrões globais de competência, ética e prática profissional (e requisitos de certificação relacionados) para fomentar e promover o reconhecimento do Planejamento Financeiro como uma profissão global.
Um exemplo recente é uma iniciativa do FPSB face à atual pandemia da Covid19, visando fornecer ajuda aos profissionais e sensibilizar sobre o valor do Planejamento Financeiro em tempos incertos: https://india.fpsb.org/covid-19/.
Cabe, todavia, a cada um fazer a sua parte. Como? Antes demais nada, valorizar o fato de ser um profissional de Planejamento Financeiro com CFP® dando o bom exemplo, independentemente do formato em que atue e da abrangência dos serviços prestados. Outra, certamente, é sempre ser um embaixador da profissão e dos atributos da marca que conquistamos, dando visibilidade, explicando e dando referência prática de excelência no seu universo de contatos. Precisamos todos ser multiplicadores. É uma certificação pessoal, intransferível e que pode ser vitalícia. Cabe também às organizações que controlam a certificação e suas marcas manter estas aspiracionais, “objeto de desejo”, de excelência, com a relação custo/benefício adequada para todos os stakeholders.
O reconhecimento desta atividade como uma que busque, em primeiro lugar, ajudar o outro sem que exista uma única resposta ou jeito exclusivo de fazer o certo, pois todos precisamos sempre aprender e nunca seremos suficientes individualmente para entender todos os aspectos, cristalizar e satisfazer as expectativas. Que esta atividade una ainda mais os profissionais certificados dos mais diversos cantos do mundo, independentemente de trabalharem isoladamente ou em grandes conglomerados.