Consultório Financeiro

Como escolher um planejador financeiro

Como avaliar se um profissional que se oferece para me ajudar em relação às minhas finanças pessoais tem as competências necessárias?

Tobias Maag, CFP®:

Caro leitor, competência exige atingir e manter um nível adequado de habilidades, capacidades e conhecimentos para o fornecimento de serviços profissionais. O profissional deve também estar comprometido com sua educação continuada e aperfeiçoamento profissional. 

Inclui, também, a sabedoria e maturidade para conhecer as suas limitações e as situações em que a consulta, ou o encaminhamento para outro (s) profissional (is), for apropriada. 

Para tanto, requer do profissional além da competência técnica, postura isenta, transparente e honesta. São atitudes e valores necessários para construir relacionamentos sustentáveis de confiança. A confiança é a base de qualquer relacionamento que almeje ser bom para todos. 

Isso se aplica também aos profissionais de outras áreas, como advogados, psicólogos e outros. 

Para verificar a competência pessoal e retidão de caráter sugiro o contato pessoal. Obter referências através de outros clientes nem sempre é possível, por questões de confidencialidade! Empregadores, associações profissionais, órgãos certificadores, de regulação ou autorregulação podem ser outra fonte. Finalmente, a internet oferece inúmeros recursos para consultas. 

Pode ser indicado comparar a oferta e conduta do profissional em causa com a de outros, para avaliar qual o perfil que melhor se encaixa com sua personalidade e necessidades, se o que lhe é proposto é realista e para avaliar alternativas. 

Todos temos pontos fortes diferentes, ninguém é mestre em cada detalhe. Você vai querer identificar aquele que tenha maior probabilidade para lhe orientar com sucesso no planejamento da sua vida financeira, na implementação dos passos decididos e na identificação de correções de rumo eventualmente necessárias. Você estará disposto a depositar a dose de confiança necessária? 

Avalie as áreas de especialidade e experiência prática deste, se será capaz de lhe ajudar a fazer um planejamento integrado, e como cobrirá áreas mais específicas como a tributária, imobiliária, sucessória, de seguros e previdência, investimentos ou outras que possam ser relevantes para sua realidade. Informe-se também sobre a formação, licenças, organização do negócio do profissional, e análise os detalhes da proposta. 

Avalie as competências pessoais e se há a empatia… 

O processo requer boa porção de realismo e objetividade da sua parte! Não caia na tentação de simplesmente “comprar” o que a primeira vista deslumbra, soa mais promissor e agradável, fácil e menos “sofrido”. 

No Brasil, existe uma certificação de distinção para planejadores financeiros pessoais, com reconhecimento mundial pela sigla CFP®. Exige-se dos candidatos experiência profissional e educação compatíveis, ter sucesso em exame abrangente e rigoroso, regularmente comprovar educação continuada pertinente e aderir a um código de ética e responsabilidade profissional que tem como primeiro princípio “cliente em primeiro lugar”. A competência é um dos outros sete princípios. A não observância do código pelo profissional certificado pode, em última instância, levar este a ter revogado o direito ao uso da marca, com publicação deste fato nos meios de comunicação do IBCPF, como o portal. 

A seleção é privilégio e responsabilidade sua! 

Desejo-lhe muito sucesso nesta jornada fascinante, tão importante na busca da realização dos seus sonhos de vida de forma responsável.

Tobias Maag é planejador financeiro pessoal e possui a Certificação CFP® (Certified Financial Planner) concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros. E-mail: [email protected]

As respostas refletem as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: [email protected]

Texto publicado no jornal Valor Econômico em 15 de maio de 2013.

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